segunda-feira, 16 de maio de 2016

Fé em si mesmo

E tem um gordinho (isso é eufemismo, porque ele é IMENSO!) nas redes sociais pedindo orações e compartilhamento do vídeo dele para conseguir verba pra fazer um tratamento para emagrecer.
Se parente dele eu fosse eu daria duas sugestões: primeira, começar uma dieta cortando tudo o que ele come pela metade. E começar a mexer o corpo mesmo sentado. Vi uma vez, um desses ex-gordinhos que viraram fitness contando que ele era tão gordo, mas tão gordo que  vivia deitado numa cama e deprimido, entao pra passar o tempo ele começou a bater palmas enquanto assistia a uma aula de ginástica pela tevê. Nessa brincadeira ele conseguiu emagrecer e começou a levantar da cama.
Segunda sugestão: fazer uma vaquinha virtual, que eu tenho certeza que muita gente ajudaria, porque a impressão que ele passa é que a bariátrica vai resolver a vida dele. E quem já fez ou convive com uma pessoa que faz esse tipo de cirurgia sabe que o buraco é muito mais embaixo.
Por fim, o que ele precisa é encontrar é fé nele mesmo e principalmente força de vontade. Porque a oração dos outros não vai fazer ele emagrecer, no máximo as pessoas irão se compadecer dele e fale frases de autoajuda.
P.S. Esse é um post maldoso, eu sei. Por isso não postei lá naquela rede social que começa com F.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

                Todo mundo sabe que eu adoro ler e que geralmente eu não compro os grandes lançamentos do momento, principalmente por serem caros e às vezes, feito para agradar todo mundo e ser um sucesso fácil. Meu negocio quando entro na livraria é a estante da promoção e dos livros de R$10,00.
                Foi exatamente na estante dos dez reais que comprei Os Adoráveis de Sarra Manning, que se vende como uma historia de amor entre Jeane Smith e Michael Lee, dois opostos que se atraem, se repudiam e falam o que tem de falar na cara um do outro. Mas Os adoráveis é muito mais que isso: é sobre ser diferente e se orgulhar disso, sobre ter o mundo da tecnologia e da internet aos seus pés, sobre liberdade e emancipação e sobre o amor – aqui de todos tipos – e principalmente sobre o que é ter e ser família.
                Jeane sabe desde sempre que foi concebida para tomar o lugar do irmão, que seus pais não a amam, não por maldade, mas muitas coisas aconteceram dentro da família e que ela não pode contar com eles, embora seu pai vá visitá-la de quatro em quatro meses para ver como andam as coisas e sua mãe viva escondida no Peru com a desculpa de fazer uma pesquisa cientifica e telefone para ela religiosamente todos os domingos, sete horas da noite e Jeane fique apenas irritada com a conversa que elas têm nesse momento. Mas pode contar com Bethan, sua irmã mais velha que mora em Chicago que se mudou para outro país com a promessa de Jeane limpar o apartamento e comer verduras pelo menos uma vez por dia e claro, terminar a Qualificação. Jeane ama a irmã, mas ama muito a sua vida de blogueira e criadora de tendência.
                Jeane e Michael se conhecem e se detestam, mas depois que ele a beija em um momento irritante para fazer com que ela calasse a boca, seus lábios nunca mais se desgrudaram e isso choca os dois. Porque eles não têm nada em comum a não ser dois ex que agora estão juntos.
                A graça do livro está em colocar um casal que se odeia e acaba se apaixonando para discutir temas muito relevantes e caros ao século XXI: tecnologia, mundo virtual versus mundo real, a geração Y, que determina tendência o que empresas vão criar para esse público, ser autêntico em uma fase da vida onde quem manda é a turma, a falsa sensação de termos muitos amigos nas redes sociais, mas quando a necessidade aperta se vê sozinha na véspera de natal e a desconstrução de conceitos de que não precisamos da família, o que na verdade é uma grande balela. E Jeane descobre isso em um incidente aparentemente banal, mas faz com que ela comece a questionar sua vida e seu estilo de vida.
                O livro é desprentencioso, mas com diálogos inteligentes, sarcásticos e divertidos. Os diálogos entre Michael e Jeane são os melhores. Imperdíveis também são as divagações tanto dela como dele, bem como as descrições das roupas inacreditáveis que ela usa. É uma leitura tão bacana que quando percebi que estava terminando fiquei triste e comecei a economizar o livro, mas não teve jeito. A leitura de Os Adoráveis chegou ao fim e eu louca pra recomendar o livro pra todo mundo.
Leiam e me contem se gostaram depois.