Todo mundo sabe que eu adoro ler
e que geralmente eu não compro os grandes lançamentos do momento,
principalmente por serem caros e às vezes, feito para agradar todo mundo e ser
um sucesso fácil. Meu negocio quando entro na livraria é a estante da promoção
e dos livros de R$10,00.
Foi exatamente na estante dos
dez reais que comprei Os Adoráveis de Sarra Manning, que se vende como uma
historia de amor entre Jeane Smith e Michael Lee, dois opostos que se atraem,
se repudiam e falam o que tem de falar na cara um do outro. Mas Os adoráveis é
muito mais que isso: é sobre ser diferente e se orgulhar disso, sobre ter o
mundo da tecnologia e da internet aos seus pés, sobre liberdade e emancipação e
sobre o amor – aqui de todos tipos – e principalmente sobre o que é ter e ser
família.
Jeane sabe desde sempre que foi
concebida para tomar o lugar do irmão, que seus pais não a amam, não por
maldade, mas muitas coisas aconteceram dentro da família e que ela não pode
contar com eles, embora seu pai vá visitá-la de quatro em quatro meses para ver
como andam as coisas e sua mãe viva escondida no Peru com a desculpa de fazer
uma pesquisa cientifica e telefone para ela religiosamente todos os domingos,
sete horas da noite e Jeane fique apenas irritada com a conversa que elas têm
nesse momento. Mas pode contar com Bethan, sua irmã mais velha que mora em
Chicago que se mudou para outro país com a promessa de Jeane limpar o
apartamento e comer verduras pelo menos uma vez por dia e claro, terminar a
Qualificação. Jeane ama a irmã, mas ama muito a sua vida de blogueira e
criadora de tendência.
Jeane e Michael se conhecem e se
detestam, mas depois que ele a beija em um momento irritante para fazer com que
ela calasse a boca, seus lábios nunca mais se desgrudaram e isso choca os dois.
Porque eles não têm nada em comum a não ser dois ex que agora estão juntos.
A graça do livro está em colocar
um casal que se odeia e acaba se apaixonando para discutir temas muito
relevantes e caros ao século XXI: tecnologia, mundo virtual versus mundo real,
a geração Y, que determina tendência o que empresas vão criar para esse
público, ser autêntico em uma fase da vida onde quem manda é a turma, a falsa
sensação de termos muitos amigos nas redes sociais, mas quando a necessidade aperta
se vê sozinha na véspera de natal e a desconstrução de conceitos de que não
precisamos da família, o que na verdade é uma grande balela. E Jeane descobre
isso em um incidente aparentemente banal, mas faz com que ela comece a
questionar sua vida e seu estilo de vida.
O livro é desprentencioso, mas
com diálogos inteligentes, sarcásticos e divertidos. Os diálogos entre Michael
e Jeane são os melhores. Imperdíveis também são as divagações tanto dela como
dele, bem como as descrições das roupas inacreditáveis que ela usa. É uma
leitura tão bacana que quando percebi que estava terminando fiquei triste e
comecei a economizar o livro, mas não teve jeito. A leitura de Os Adoráveis
chegou ao fim e eu louca pra recomendar o livro pra todo mundo.
Leiam e me contem se gostaram depois.