terça-feira, 18 de setembro de 2012

Navegando virtualmente

Antenado com o seu tempo e sensível ao deslumbramento das pessoas acerca das novas tecnologias e principalmente com a recém descoberta internet, Gilberto Gil dá a sua versão de como as coisas estão acontecendo com esta nova ferramenta e o que pode acontecer quando o mundo está ao toque de um clique.
Claro que a música também em alguns momentos já está obsoleta; a maioria das crianças já não sabe o que é um disquete que foi substituído por pen drives bem menores e com maior capacidade de armazenagem de informação e muito mais fácil de ser transportado.
No mais, tudo que Gil canta acontece: a união de pessoas de diferentes países em torno de determinado assunto, a transmissão de notícias e fatos em tempo real não importando a distancia que nos separa.
Se Gil escrevesse hoje essa canção com certeza não faltaria na letra o advento das redes sociais, os celulares que são mini-computadores equipados com câmeras e acesso a internet a ascenção e queda do Orkut, a quantidade de blogs e páginas pessoais e a webpage da vez: o Facebook. De resto, tudo ainda está com ele canta  e a navegação pela infomaré continua de vento em popa!

NUnca ouviu Pela Internet? Olha ela aí:




P.S. Esse texto foi escrito para um trabalho do Curso Proinfo/2012 da SEE-DF. A tutora mostrou que não haveria problemas em fazer as postagens em um blog já existente.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O clube do Pai e do Filho




Acredito cada vez mais que todas as relações de amor e afeto são construídas, principalmente aquelas de amor parental: amor de pai pra filho e vice-versa. Esses laços afetivos precisam ser cultivados no dia-a-dia para que possam dar frutos e mais tarde entendidos como amor incondicional. Nesses tempos de individualidade, tecnologia e autossuficiência é cada vez mais comum escolhermos a nossa família e não ter obrigação nenhuma com aquela que biologicamente o destino nos vinculou.
Quero falar hoje de relações construídas, mais especificamente de uma história que li falando do amor de um pai por seu filho. O nome do livro? O Clube do Filme. Então sem mais delongas vamos à premissa do livro.
David Gilmor, jornalista e crítico de cinema canadense, observa com pânico crescente as notas do filho, Jesse, de quinze anos, despencarem vertiginosamente. Ele e a ex-mulher mudam o garoto de escola, mas a situação não muda e a cada dia a infelicidade do menino é mais patente em seu rosto. Em um ato desesperado, David propõe ao filho o seguinte trato: Jesse poderia sair da escola e, em troca, o pai teria a promessa de que o filho não se meteria em encrenca (leia-se, nada de drogas ou confusão!) e que três vezes por semana eles se reuniriam e assistiriam a um filme escolhido por David. Jesse nem titubeia e aceita o trato imediatamente. E assim começa a “educação” do garoto.
É claro que David não escolhe apenas os filmes que pudessem educar Jesse, mas tudo que poderia provocar alguma reação ao estado apático do garoto. Os filmes que pai e filho assistem vão desde ‘Assim caminha a humanidade’ até o mais puro romantismo deslavado de ‘Uma linda mulher’ passando por Goddard e o clássico japonês Ram. Mesmo com tão grande diversidade de gênero, David percebe que pouca coisa (ou nada mesmo) muda na vida do filho. 
A primeira coisa que se percebe é o tanto de amor que David tem pelo filho e vice-versa. Não apenas pai e filho, mas amigos incondicionais com longas conversas sobre qualquer assunto, inclusive, sobre as coisas que angustiam a ambos.
 David teve a sensibilidade de entender e perceber que se forçasse o filho na escola as coisas poderiam ser piores, ele chama para si a responsabilidade de guiar o filho para a vida, mesmo sabendo que seu plano talvez não desse certo. E no meio de todos esses questionamentos chama atenção o modo como  se dá a dinâmica familiar no qual a dupla está inserida: Jesse bebe, fuma e não tem horários rígidos a cumprir e tudo isso com o aval do pai, que deixa o filho escolher o vinho que será degustando no jantar.
Jesse tem todas as fases que um adolescente passa na vida: o primeiro amor, as desilusões amorosas, as más companhias, o mutismo e os dias passados embaixo da coberta em um quarto escuro sem querer ver ou falar com alguém.
Apesar do trato, o garoto se mete em confusões que só não fazem o pai desistir dele e do combinado porque Jesse, apesar de tudo, é inteligente e tem um poder de argumentação que deixava o pai muitas vezes sem saber o que dizer. São absolutamente interessantes as dúvidas, angústias e medos que o pai tem em relação ao futuro do filho, principalmente porque o tempo vai passando e nada de Jesse encontrar seu rumo. Em muitos momentos David se vê defendendo o filho dos amigos que o olham torto e com desconfiança sobre a decisão de Jesse não frequentar a escola e seu apoio a decisão do garoto. Não à toa, ele se questiona se o que ele está fazendo é o certo e que bem ele está fazendo pela vida do filho.
Quando por fim Jesse resolve assumir sua vida, David se surpreende com as decisões do rapaz e percebe que todo o esforço valeu à pena. É engraçadíssima a ocasião em que o pai sabatina o filho sobre o cinema francês e suas vertentes e Jesse tranquilamente responde a todas as perguntas. Ou os momentos em que os dois conversam sobre as mulheres e o efeito delas na vida de ambos.
 A tristeza de David se dá por ele perceber que nunca mais ele pode ter essa proximidade com o filho, este momento em que ele literalmente guia Jesse para o caminho certo e acaba mostrando como um pai presente pode ser tudo o que precisamos em determinados momentos da vida.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

42


O número assusta, principalmente quando me olho no espelho e não me sinto com tantos! Quero fazer muitas coisas, viajar mais, estudar, amar quem sabe pelo menos uma vez. Sentir o mundo e experimentar. Fico pensando como será minha reação daqui a dez anos quando eu me olhar novamente e talvez não me reconheça. Só tenho uma certeza: quero estar feliz.
É provável que muitas coisas não se realizem, mas nem por isso quero me entristecer, que durante todo esse tempo eu não perca a capacidade de me alegrar, amar e sonhar, mas o melhor de tudo é perceber que aquilo que me era caro e importante e que iria – pelo menos era o que eu achava - me fazer feliz é tão desimportante diante das coisas que conquistei que hoje chego a sorrir e às vezes me perguntar: como que um dia eu quis isso?
Querem um exemplo? Essa semana liguei a tevê de madrugada e estava passando um filme do Jean Claude van Damme, eu vendo aquilo e pensando como é que eu já pensei que essa cara era bonito? Ou que era talentoso? E o filme era um trash ridículo onde ele fazia papel de gêmeos, quer dizer, era duplamente ruim. Agradeci em voz alta que a gente envelhece e nossos gostos mudam... e para melhor.
Que venham outros números e eles sempre serão maiores!!! Estou preparada!!!!


P.S. A música é exatamente o que eu penso do futuro. Se cheguei até aqui é porque me permiti.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Aproveitem o dia!!!!




                Hoje na hora do spining, na bicicleta ao lado sentou uma moça muito acima do peso e me perguntou há quanto tempo eu fazia a aula, pois eu pouco transpirava e fazia a aula numa boa (?).  Expliquei que faziam cinco anos que praticava e que ela também chegaria ao mesmo nível que eu; ela replicou dizendo que iria demorar, pois era a quinta aula dela e ainda faltava muito. Ela também me perguntou se eu fazia corrida competitiva, eu respondi que não e ela me explicou que estava esperando emagrecer para começar a correr. Não resisti e disse a ela que não esperasse, que fosse correndo aos poucos, assim, enquanto treinava ela emagreceria; ela começou a dar desculpas, não aguentando eu disse:
— Olha, não espere pelas coisas, faça elas acontecerem, seu excesso de peso não pode te impedir de realizar seus sonhos.
Ela me deu alguns argumentos, mas acho que ficou meio chocada com o que eu disse me olhando meio assustada e acho meio difícil ela vir conversar comigo outra vez, o que me levou a pensar sobre as coisas que deixamos de fazer esperando tempos melhores.
                A moça da academia me lembrou de uma colega de trabalho que quando chega o final do ano pede tudo que a SEE oferece; além das férias, ela assina todos os pedidos de crédito disponíveis aos funcionários. Resumindo: ela abocanha o que oferecem e emenda com a seguinte frase:
— Eu pego tudo! Vai que eu morro? Então não preciso pagar! — e dá uma sonora gargalhada.
Eu rio junto, acho super engraçado o desapego/apego dela, mas não faço igual, entretanto me leva a pensar o modo como cada pessoa encara a vida. O jeito encanado da menina da academia e o deixa a vida me levar da minha colega.
                Aprendi observando ao meu redor que não devemos esperar para realizar aquilo que sonhamos e desejamos: emagrecer para ir a academia ou participar de corrida, ter dinheiro para fazer aquilo que sonhamos, aposentar-se para viajar ou aprender a dançar charme; esperar os filhos crescerem e tornarem-se fortes para suportarem uma ruptura do casamento capenga que se arrasta há anos, nada!
As doenças chegam interrompendo nossos planos, a morte nos encontra naquela quarta-feira pela manhã. A vida é curta, não sabemos o futuro e tudo (ou nada) pode acontecer.
Façamos então como a teimosa Scarlet O’hara, a heroína de E o vento levou, que sempre dizia “Amanhã é outro dia” quando queria fazer algo reprovável aos olhos da família ou de aproveitar a oportunidade que aparecia. A dica é aproveitar o que a vida oferece. O amanhã é outro dia e talvez nós não estejamos lá para apreciá-lo. Vivamos então o hoje, ele é o nosso sonho possível.



sexta-feira, 13 de abril de 2012

Epílogo

Criei o pequeno diálogo a seguir como parte final de um conto que infelizmente ficou grande demais para os objetivos que foi escrito. Meu amigo Leo foi o revisor e avaliador dos textos que segundo ele ficaram muito bons, então decidi que este não ficaria no arquivo do computador ou esquecido em um email qualquer. Essa experiência me provou que não apenas escrevo sobre o mundo e a vida, mas também tenho a capacidade de inventar mundos e pessoas. Espero que vocês gostem, comentem e coloquem suas opiniões.
Então sem mais delongas apresento a vocês o meu final (in)feliz imaginado!
Beijos e até mais!




Eu caminhava pelo corredor pouco iluminado quando a vi e ela estava linda; o vestido verde tomara que caia, caia-lhe a perfeição fazendo um contraste com o lenço branco que descansava em seus braços e caminhava sozinha. Perfeito, eu pensei! Não vai ter escapatória! Nós conversaríamos e tudo se ajeitaria. Eu respirei fundo e comecei a me dirigir até lá quando ela parou e virou para trás, parecia que esperava alguém. Um homem alto e magro surgiu pegando sua mão beijando-lhe as pontas dos dedos para logo em seguida beijar-lhe o rosto enquanto ela sorria devolvendo o carinho cheirando seu pescoço. Estanquei na hora. Quem era ele? O que estava fazendo ali? Seria um amigo ou namorado?
Andei em direção ao bar para conversar com Renato o dono da festa. Com certeza ele saberia quem era o sujeito que a acompanhava.
— Quer um drinque? — Renato perguntou mostrando a garrafa — Acabei de trazer da última viagem dos Estados Unidos.
— Aceito. Estou precisando mesmo — Renato já despejava uma dose generosa de uísque e eu emendei — Quem é o cara com ela? — perguntei casualmente.
Renato olhou por cima do meu ombro e fez uma cara de quem não conhecia.
— Não sei. Mas a Carla deve saber. Olha ela aí — a mulher estava linda em um longo listrado de um ombro só e se aproximava do bar, sorrindo para meu primo — Amor, você está deslumbrante!!!
E já estava beijando a esposa. Ela toda faceira respondeu-lhe:
— Isso porque você não viu o que está por baixo do vestido. Se você se comportar eu te mostro quando a festa terminar — Carla falou piscando o olho para o marido, para em seguida se virar para mim e dizer — Bruno, que bom que você veio! Já escolheu a “sortuda” da noite de hoje?
— Na verdade já — eu disse com voz preguiçosa e olhando em direção à mesa em que a mulher de vestido verde se sentava com outras pessoas.
Carla acompanhou meu olhar e me disse em tom reprovador:
— Ela está em outra. Aliás, corrijo-me, com outro. Você demorou demais, Bruno, graças a Deus; deu tempo de encontrar uma pessoa que realmente gostasse dela e não que a tratasse como essas periguetes que você está acostumado. — e continuou: — Sabia que ela ficou seriamente interessada em você? Que ela queria até, Deus nos livre — revirou os olhos — Namorar com você? Mas você não teve a capacidade de dar um telefonema nem para agradecer pela noite que eu tenho certeza absoluta você adorou.
—Como você...? — eu perguntei olhando para Renato, mas ele levantou as mãos em sinal de rendição e de que não sabia de nada.
—É claro que eu sei! Você passou semanas calado e vindo todo fim de semana para cá e perguntando como quem não quer nada se minhas amigas viriam para cá. — e continuou — Que você fez questão que eu levasse ela para o seu aniversário e você bebeu feito um cachorro e ainda tratou todo mundo mal no final da festa?
— Eu estava nervoso — tentei me defender.
— Não, você foi um idiota! E agora ela já está mais que feliz com o Rafael e graças aos céus você não passou de um boa foda!
— Carla!! — eu e Renato falamos juntos.
— Isso estava engasgado aqui! — ela disse fazendo gesto com a mão no pescoço — Pronto falei! E agora com licença que eu vou cuidar dos meus convidados e me divertir na minha festa. Mas antes — ela pegou o copo do Renato e virou sem fazer careta — Ahhhhh... — beijou o marido e falou simplesmente — Amor, guarda um pouco desse uísque para mais tarde para nossa festinha de hoje a noite.
Renato sorriu bobamente para a mulher para logo depois depositar em mim um olhar de pena.
— Sinto muito, amigo, essa você perdeu. E aproveita pra espairecer pegando mais gelo no freezer da cozinha, por favor — deu-me o balde vazio e um tapinha nas costas, indo cumprimentar outras pessoas.
Quando voltava da cozinha ela saia por um dos corredores da casa e não me viu. Não resisti e chamei:
— Daniela! — ela se virou e sorriu com a surpresa.
— Bruno! — ela se aproximou me deu um beijo no rosto e se afastou com as mãos para trás. — Como você está?
 — Você está linda!
 — Obrigada. Você também não está mal.
— Obrigado, — pigarriei completando — eu acho...
Ficamos assim, procurando palavras quando falei:
— Eu estraguei tudo, não foi? — ela me olhou surpresa, mas sorriu.
— Verdade.
— E não tenho a menor chance de novo, não é?
— Isso é verdade também. — disse ainda sorrindo.
— Daniela, eu... — fomos interrompidos pelo gigante que a acompanhava.
 Dani, eu já estava preocupado — falou colocado o braço nos ombros dela e se virando pra mim — Olá eu sou Rafael, o namorado da Daniela. Você é...
— Bruno — eu estendi a mão e o apertão que levei quase me quebrou os ossos, mas eu também apertei forte. —Um amigo.
— Bem, vamos, amor? A pista está bombando e você disse que estava louca pra dançar, não era?
— Vamos sim — ela virou-se pra mim — Bruno, foi bom te ver. Até mais.
— Tchau — foi tudo que eu consegui dizer enquanto o gelo derretendo pingava em meus sapatos. Caminhei até o bar e o Renato, pegou o balde dizendo:
 Até que enfim! Pronto, pessoal o gelo chegou, agora a caipirinha sai! — e virando pra mim mostrou o copo com um líquido transparente — Bebe. É Gray Goose, uma das melhores vodcas do mundo. Vai te ajudar a aguentar o resto da noite — ele falou olhando pra frente, me virei seguindo seu olhar e vi a mulher que eu perdi por orgulho e por falta de noção beijando outro homem.
Entornei o copo de uma só vez.
Para mim a melhor vodca do mundo tinha gosto de papel.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Desconstruindo Bali





























                               Bali na Indonésia era para ser a cereja do bolo em uma viagem recheada de lugares exóticos, lindos e inesquecíveis. Mas Bali não é exatamente assim. A cidade já chama atenção de cima, pois não há prédios ou arranha-céus e descobrimos depois conversando com locais e o pessoal do hotel que há uma lei onde a altura máxima dos prédios na cidade é de quatro andares.
                Bonita a cidade não é, começando por seu aeroporto que não faz feio em nenhuma cidade do interior do Brasil: quente, barulhento, meio sujo e desorganizado, mas também mete medo, quando se entra na área de imigração há um cartaz dizendo que tráfico de drogas tem como punição a PENA DE MORTE, você nem tem motivo pra ter medo, mas a gente meio que treme nas bases com aquele negócio pendurado nas paredes. Mas andando pelas ruas não é exatamente assim: em qualquer ruela de Kuta há bares e lojas que oferecem para quem quiser provar o famoso chá de cogumelos, é entrar pedir e tomar sem ninguém te encher o saco; simples assim.
                Quando saímos do aeroporto, entramos em uma cidade quente feito o inferno, com avenidas e ruas estreitíssimas, com milhões de carros e motos e um trânsito maluco, coisa normal em toda Ásia, mas funciona. De novo, não se anda a mais de 40 km por hora e mesmo um trajeto curto vira uma viagem de uma hora de carro, então apreciávamos o movimento e íamos conhecendo a cidade.
                Aqui um parêntese: em 2002, Bali sofreu três atentados em um único dia onde 202 pessoas morreram e outras 209 ficaram feridas. As detonações ocorreram em boates e hotéis de Kuta, bairro turístico da cidade onde também ficaríamos hospedados. Por conta disso todo hotel na cidade tem uma cancela, onde os carros param, passam pelo detector de metal e têm seu porta-malas aberto para que seja examinado, isso quando não passávamos por guaritas que tinham câmeras no chão para ver o chassi dos carros.
                Mas voltemos ao turismo: primeira coisa sobre Bali: as praias não foram feitas para banhistas, mas para surfistas. Elas são lindas, mas muitas são paredões de rocha e penhasco e um mar azul ou verde de águas transparentes e poucas têm areia branquinha. A areia é quase sempre vulcânica, o mar é bravio na imensa maioria das praias e geralmente só se entra no mar se você estiver com uma prancha. Uma particularidade: vocês conseguem imaginar uma praia sem vento e com ondas da altura de uma parede que quebram na beira do mar? Pois na Indonésia acontece assim. E se você observar em todas as fotos sobre Bali, os turistas estão na piscina e ao fundo está o mar, pois lá é exatamente isso: turistas nos resorts com o mar ao fundo. Em Kuta, por exemplo, há um muro gigantesco entre o mar e a cidade, descobrimos que ele foi feito para proteger dos tsunamis, muito comuns nessa parte da Ásia.
                Em Bali fiquei milionária três vezes. Explico, a rúpia indonésia é super desvalorizada $1,00 vale IDR 9.100,00 (rúpias indonésia) então, um café custava IDR 43,000, uma excursão às praias IDR 350,00 para quatro pessoas e por aí vai. Por três dias ia ao caixa eletrônico e tirava IDR 1.000.000,00, e começava a gozação: —Gente, estou milionária! Mas isso era até o dia seguinte e começava tudo de novo! Mesmo assim percebemos que gastamos mais que a média que costumávamos na Tailândia. Em resumo, Bali é mais cara que Bancoc e Samui juntas.
                Vamos falar do povo, eles não são tão simpáticos como os tailandeses, há mais pobreza e corupção –vimos nosso motorista subornar um policial da Policia Rodoviária- e na feira perto do nosso hotel, outro policial extorquia um motociclista apalpando os bolsos e a carteira dele, assim, na cara dura pra todo mundo ver, sem constrangimento algum. Aqui também e complicado fazer compras, nada com etiqueta, o vendedor te dá um preço na estrastofera, você reclama e ele pergunta: —Quanto você quer pagar? E então começa a negociação, no fim se tiver paciência, leva-se a mercadoria por um quinto e até um décimo do valor. Às vezes era tão agressivo que eles saiam atrás de nós e quase empurrando a mercadoria e pedindo pelo o amor dos deuses pra levar. Sabe aquela coisa de pegar no tecido pra ver a textura? Esqueça, vai vir três vendedores pra te cercar e literalmente jogam o lenço ou a camiseta em seus braços. Dá medo!!!
Muitos dos cidadãos usam as roupas tradicionais do país como trajes do dia a dia. Há também muitos muçulmanos que são vistos com desconfiança, quando não com ressentimento aberto; não sem motivo: foram terroristas muslin (assim são chamados pela população) os responsáveis pelos atentados de 2002. E foi em Bali também que pela primeira vez na vida, vi muçulmanas periguetes; não sabe o que é? A religião manda cobrir todo o corpo, mas não diz que as roupas precisam ser largas, então tem umas moças que estão cobertas, mas a roupa é tão a agarrada ao corpo, que não dá espaço para a imaginação. E são escandalosas também, um barato!!!
                Conhecemos tudo que valia a pena: As praias lindíssimas, mas lotadas de japoneses sem noção, um deles tomou um caldo tentando surfar, numa prancha de bodyboarding; os resorts, mais chiques, os templos coalhados de macacos, aliás, Wayan (lê-se Uainá) nosso motorista, explicou que eles não conseguem fazer uma relação, mas onde há um templo há macacos vivendo neles e onde há macacos, pode ir atrás que há templos. E no templo esses mesmos macacos roubavam maquinas fotográficas, chapéus, sandálias e mais o que desse sopa nos turistas. Era engraçado, mas também dava medo. Eles puxavam da sua mão e saiam correndo. Muito diferente da Floresta dos Macacos, onde os macacos só queriam comida e pulavam em cima de você. Uma coisa importante: só os locais podem entrar nos templos, estrangeiros são proibidos e só apreciam a beleza dos mesmos pelos portões, do lado de fora.
                Fomos em Ubud, bairro de Bali, para ver o Kintamani, o vulcão que teve sua última erupção em 1995 e até hoje não cresceu nada por onde sua larva passou.  Passeamos pelo mercado e percebemos que Ubud era muito mais legal que Kuta, tanto em divertimento como na qualidade dos hotéis e também para ver como vivem os indonésios e suas casas. Há plantações gigantescas de arroz, muitas frutas a venda na frente das casas.
Foi em Ubud também que bebemos o café mais caro do mundo o  Kopi Luwak, feito das fezes de um bichinho roedor chamado civeta; era gostoso, mas nada do outro mundo. A xícara pequena custava IDR 50.000,00. Ubud é também mais conta se comparamos a Kuta, pena que só estivemos lá durante o dia, o bairro valia uma visita à noite para conhecer.
O mais interessante de tudo na Indonésia é que diferentes de nós cristãos, cada casa tem um templo para a família fazer suas orações e oferenda aos deuses. Lindo!!!!! O Wayan tinha no porta-luvas do carro um pequeno templo para suas orações diárias. Em qualquer lugar que você entre há sempre uma oferenda aos deuses, não importa se é uma casa ou uma loja grifada como a Louis Vuitton, Channel ou a barraquinha da feira. Todo mundo faz sua oferenda por via das dúvidas. O shopping mais chique da cidade tinha a sua cestinha de oferta na entrada, bem como um segurança com um detector de metal pra ver a sua bolsa, mochila ou sacolas. E não importa quantas vezes você saia, ao entrar eles vão olhar suas bolsas e sacolas novamente e tudo por conta dos atentados.
                Foi na Indonésia que não erramos na comida, nos divertimos nos lugares mais bacanas com vista para o mar com enormes chaises para deitar e curtir o pôr do sol, programa obrigatório entre locais e turistas. Bebemos as várias cervejas locais e todas uma delícia, mas a moda européia, leia-se: quente e a mais gostosa disparada era Bintang!!! E de novo, pouquíssimos lugares aceitavam cartões de crédito, a não ser em bares e restaurantes com comida internacional. Bali é legal é sim, mas é diferente do que imaginávamos. Depois disso você decide se o lugar merece a viagem, de minha parte gostei muito. Beijos e até Singapura!!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

"A Praia" de Koh Phi Phi





















                Foi com o coração doendo que nos despedimos de Samui, e aqui um adendo acerca do povo tailandês, para eles vale o que está combinado: sete da manhã pontualmente, conforme o dono agencia marcou, um motorista chegou numa van para nos levar do hotel ao porto e pegarmos o ferry boat para Krabi e de lá outro ferry até Koh Phi Phi. A viagem foi sossegada, pois nosso guia levou-nos para a parte refrigerada, enquanto ele ficava no convés cuidando das malas. Teve uma hora que saí para ir ao banheiro e aproveitei para dá uma olhada em nossa bagagem; o guia estava lá e dormia em cima delas! Quando o barco estava perto de atracar, ele nos acordou dizendo que já estávamos chegando.
Quando desembarcamos, o guia nos entregou para outro motorista, se despediu e foi embora. Atravessamos o país de um lado ao outro em mais ou menos cinco horas em uma van que mais parecia um motel: jogo de luz, espelhos e uma tela plana gigantesca (para um carro) para assistir filmes legendados em tailandês! Uma delicia!!! E tudo isso com outro guia super simpático que conversava e falava sobre as particularidades da Tailandia. Ele também fez questão de nos ajudar a comprar os bilhetes para Phi Phi e só foi embora quando mostramos os bilhetes do ferry e o motorista que nos levaria ao outro porto para embarcarmos. Diferente do ferry com ar condicionado de Samui; esse era quente como o inferno e LOTADO de gente! Em uma certa hora não agüentamos e fomos para o convés muito mais fresco e mesmo em mar aberto dava pra perceber que o mar era limpo e transparente. Tudo de bom!!
O porto de Phi Phi, não fugindo a regra era uma confusão de turistas e locais e a gente com mala, mochila e tudo mais já se preparava para ir atrás do hotel quando vimos um cidadão com a plaquinha do Andaman Beach Resort e descobrimos que todos os hotéis da ilha mandam guias para pegar os hospedes  nas barcas no horário em que eles avisam que irão chegar. Detalhe: a cidade não tem carro, motos e nem postes de energia nas ruas e isso só descobrimos à noite quando voltávamos da farra no breu da madrugada. Só é permitido bicicletas, triciclos e carros de mãos, que são enormes para carregar malas, comida, água, mercadoria das lojas e tudo mais que você puder imaginar. Moto só na madrugada para recolher o lixo das ruas. Outro detalhe de Phi Phi: a água do banheiro e da piscina é salobra e água é mineral pra tudo. Tem noção como ficaram nossos cabelos? Não tão ruim como vocês imaginam, mas meio duros por causa do sal.
Phi Phi é uma ilha minúscula espremida entre o mar e um paredão de montanha que dá pra percorrer de uma ponta a outra em mais ou menos trinta minutos; toda calçada, com ruas estreitíssimas, cheias de lojas, restaurantes, agencias de turismos, caixas eletrônicos, casas de cambio, padarias e bares para todos os gostos e pasmem: tudo cabe no seu bolso de viajante. Koh Phi Phi é um barato só $$$$!!!! Mas o comércio simplesmente não aceita cartões de crédito, ONLY CASH!!!!
Uma das melhores refeições (e a pior também!) que fizemos foi no Matt’s Join, sem falar que o dono era um gato, além de super educado! Com preço diferenciado: Girl, Lady Boy e Boy e um wi-fi ligado vinte e quatro horas! Como descobrimos? Estávamos indo embora de madrugada quando o cel de todo mundo apitou mostrando que havia uma rede ligada, paramos e na rua escura sentamos no meio fio e fomos teclar.
Há bares para todos os gostos e bolsos com muita música eletrônica e rock do bom (graças a Deus!!). Claro que a gente precisou descobrir o horário da night, no primeiro dia chegamos muito cedo (seis da tarde), no segundo muito tarde (depois das dez) só no terceiro e último dia pegamos a noite com tudo e foi joia! Fomos principalmente ao Reggae Bar, o bar tinha um ringue no meio do salão onde clientes bêbados se batem por um baldinho de vodka com refrigerante ou energético. Em um dos dias um deles teve o ombro deslocado e outro sangrou o nariz. E quanto a gente pagava pra entrar? Nada. Todas as baladas da ilha com banda, espetáculo de fogo na praia entre outras atrações só pagávamos o que consumíamos.
Dizer que Phi Phi é deslumbrante é chover no molhado! E olha que a ilha foi atingida pelo Tsunami de 2004 e mais de mil pessoas morreram no desastre, muitas delas turistas. Em toda a ilha há placas com rota de fuga em caso de outro tsunami, coisa que não se descarta. A vista que tínhamos da praia na hora do café da manhã era indescritível e maravilhosa!
Fizemos todos os passeios e não nos arrependemos: Visitamos a praia dos macacos, fizemos snorkel no recife dos tubarões sem dentes e levou quase uma hora para acostumar com a máscara, boiar para finalmente observar os peixes, no fim capitulei e usei o colete e os pés de pato, o Leo penou igual a mim. Só o Vini parecia ter nascido pro negócio, em minutos ele boiava e observava os peixes como se tivesse nascido no mar. Ô ódio!!!!!
Mas o melhor de tudo foi quando começou a chover, se em principio ficamos meio receosos, nosso guia falou que podíamos mergulhar sossegadamente que não havia perigo e foi o que fizemos. Vocês conseguem imaginar uma chuva caindo em um mar verde e transparente em um dos lugares mais lindos do mundo? Era chuva e um vento que fazia o barco girar e nós em um oceano de água quente! O que eu senti não tem palavras, mas eu agradeci a Deus pela oportunidade de estar ali!
Depois dessa emoção ainda faltava uma: Maya Bay, a ilha do filme A praia com o Leonardo de Caprio, deslumbrante, lotada de japonês sem noção, mas nem isso tira a beleza do lugar. A areia da praia parece talco de tão fina, água transparente e um visual que parece (e é) coisa de cinema! A praia é limpa e bem cuidada e há um número xis de turistas para entrar na ilha. Gostamos tanto da ilha que no dia seguinte voltamos e ficamos o dia quase todo, mas com uma diferença: no primeiro dia fomos em uma lancha com outros turistas e no dia seguinte alugamos um barquinho tradicional do país, aproveitamos ainda para explorar a ilha. Se a lancha levou vinte e cinco minutos até a ilha, no barquinho o tempo era quarenta pra ir e outros quarenta para voltar. Mas foi uma aventura, com mar bravio, vento e medo da embarcação não aguentar a força das águas. Mas como podem ver estou aqui e contei a história!
E pra terminar outro exemplo do modo de vida dos tailandeses e como eles levam a sério o respeito pelo outro: nossa diária encerrava-se ao meio-dia e já estava tudo pago (em muitos hotéis pagávamos a conta no check-in e já estava incluso até a água que bebíamos durante a estadia), mas queríamos ainda aproveitar o dia na cidade. NO PROBLEM, o hotel guardaria nossa bagagem e às treze e quarenta e cinco o carregador estaria no porto entregando para nós. Ficamos com a pulga atrás da orelha, mas mesmo assim deixamos nossas coisas e fomos passear pela cidade. Gente, pontualmente às treze e quarenta e cinco o carregador estava no porto e todo simpático descarregou a mala na entrada do convés e tudo isso com um sorriso sem tamanho.
Exemplo melhor impossível para nossa quase despedida da Tailândia e confirmando o lema nacional: Same, same, but diferent!
Beijos e até a Indonésia!





domingo, 29 de janeiro de 2012

Dolce Far Niente em Samui













                Nossos dias nas ilhas foram regados a muito sol, cerveja a moda européia, gente bonita e de quebra um resfriado para lembrar que o corpo também cansa, mas nada que não fosse contornado com um remedinho. Foi em Ko Samui que finalmente acertamos na comida. Encontramos um australiano show de bola que servia porções gigantes de batata fritas e hambúrgueres maravilhosos e comemos um dos pratos mais esquisitos do mundo: um macarrão preto, receita gourmet do Olivio Restaurante. A massa podia até ser esquisita, mas a vista do lugar era deslumbrante.
 Ko Samui se mostrou perfeita já na hora do embarque: chinelos, bermudas, camisetas e no meu caso vestidinho e havaianas. O aeroporto é lindo e pitoresco, ao descer do avião somos levados até a sala de desembarque de trenzinho. Uma graça!!!
                Chegamos em um domingo à noite  e Samui estava bombando! Fomos direto pro hotel guardar as malas para nos jogarmos na cidade, mas o All Leasom foi uma grata surpresa. Nosso quarto era um bangalô com duas suítes, sala, sofá-cama, chuveiros duplos, banheira e terraço. O melhor de tudo: era ao lado da piscina de borda infinita e de frente pro mar. Foi lá que ficamos expostos ao sol, só curtindo e deixando o dia passar.
Posso afirmar que nunca vi tanto homem lindo como em Ko Samui, eram australianos, europeus e americanos. Era um festival de homens altos, loiros, de olhos azuis e LIIIIIINDOS!!! Nas ilhas também entendi que todos esses atributos nem sempre querem dizer que o guapo é bonito. Contradições...
E pela primeira vez em minha vida vi uma Havaianas falsificada, lá também descobri que o slogan do comercial era verdadeiro: Havaianas: todo mundo usa! Todo mundo mesmo, e uma sandália original custava a bagatela de trinta e cinco dólares americanos.
Samui é cara se compararmos a Bancoc e depois Koh Phi Phi, mas muita mais barata que qualquer cidade litorânea do Brasil; é desenvolvida como poucas: tem bancos, casas de câmbios, agencias de turismos que te levam pra onde você quiser; locadoras de carros, motos, aviões e barcos. Tem também casas de massagens, dois Mc Donald’s, Burguer King, Haagen Daz e quase tudo funciona vinte e quatro horas por dia. Há ainda restaurantes de comida internacional mega top, isso sem falar nos australianos com seus hambúrgueres e bifes deliciosos. Mas tem uma particularidade: pouquíssimos lugares aceitam cartão de crédito e lá não rola esse negócio de dividir a conta pagando parte no cartão outra parte em dinheiro, lá é uma coisa ou outra, principalmente nos bares, baladas e restaurantes.
É uma cidade que dorme e acorda tarde, os restaurantes abrem lá pelas onze horas e só começam a encher às cinco da tarde, era engraçado porque no primeiro dia nós saímos pra almoçar e ficamos desconfiados pois não havia ninguém nos restaurantes, foi preciso dois dias pra entendermos que os hábitos eram diferentes e não que a comida era ruim.
A cidade praticamente não para e precisaria de muitas páginas pra contar como ela é, então vou fazer uns tópicos pra vocês terem noção de como as coisas funcionam.
- Koh Samui é feita pra turista, e tudo tem esse intuito, diferente de Bancoc aqui não dava para observar como são seus moradores e seus hábitos;
- A praia de Chaweng é linda, água limpa, transparente e ao longo de suas areias se estendem resorts, bares e restaurantes e a maioria vem com wifi grátis!
- Os bares e baladas da ilha são de arrasar! Em nenhum deles se paga pra entrar ou couvert, você entra, dança, bebe, paga sua conta e vai embora. Uma delícia! Os mais legais? Bondi Aussi, australiano com cerveja e comida boa, além de uma banda de arrasar!
- Mango Green, uma boate enorme tocando os maiores sucessos da pop music a noite toda. Gente bonita a rodo e muito europeu bêbado deslumbrado com os trópicos.
-Reggae Bar, com uma pista gigantesca a céu aberto, mas no dia em que fomos lá, não tinha ninguém. Sem contar outras dezenas de lugares que não passamos por absoluta falta de tempo.
-As casas de massagem, com suas dezenas de massagistas e algumas delas são Lady Boy. Um conselho Se der, faça todo dia é maravilhoso e lá na Tailandia, massagem é coisa séria, quase religião.
-Os “ônibus”, uns paus de arara que cobravam cinqüenta baths (cerca de um dólar e meio) pra te levar ao centro da cidade.
-O Big Buddha, um dos pontos mais visitados da ilha com suas lojas de presentes. O lugar é lindo e vale a visita.
-O transito absolutamente louco sem um semáforo e só vimos um acidente: um turista com sua moto encontrou a traseira de um carro, mas foi só um susto e um braço machucado.
Ah, ia esquecendo; foi em Samui que participei de uma das melhores festas da minha vida! Mas isso fica pra outro dia.
Beijos e até Phi Phi!!!
P.S. O texto de Koh Phi Phi vai ser postado na quarta-feira, sem falta!