segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Seu Jorge, o show


Amo samba e suas vertentes e isso todo mundo sabe. Por isso nada mais natural do que comemorar o aniversário do meu amigo Leo que eu amo, assistindo ao show de Seu Jorge. Além do mais, com um ingresso a R$30,00 quem não vai? Pois bem, nós fomos. No início a noite prometia, gente saindo pelo ladrão, um povo muito do bonito, o Opera Hall (antigo Marina Hall) lotado e nós esperando. Enfim, seu Jorge chegou e aquela voz que faz a gente pensar bobagens embaixo dos lençois já sapecou Dindin dondon, foi o máximo!!! Mas ficou por aí. O cantou esqueceu que estava em um domingo qualquer, em Brasília em um show popular e privilegiou a banda com arranjos elaboradíssimos e primorosos, mas totalmente fora de contexto. E o que é pior, não havia coesão no que tocavam, eles eram extremamentes afinados, mas a banda não funcionava, havia demora de uma música pra outra, e toda hora se percebia movimentação pra afinar os instrumentos. Resumindo, parecia que o homem estava em alguma edição do Free Jazz Festival, alguém lembra? Detalhe, quando a convidada, entrou, levou uns dez minutos pra cantar, Seu Jorge encheu linguiça e ficou com aquela conversa de cerca lourenço e os caras montando o som pra ela, pode?
O que salvou a noite? Mart´nália. Com aquela voz rouca e malandra, sentada em cadeira de rodas ela cantou cinco músicas e animou a noite, pena que foi embora e nos deixou com Seu Jorge dando uma de virtuose.
Pra cada música conhecida ele cantava quatro desconhecidas, e olha que sou fã do cara, tenho dois cds dele, fora músicas avulsas com participações e gravações de novela. Do meio pro fim capitulamos, antes da meia noite a cerveja já havia acabado, fazia um calor do cão e cada música que tocava levava quinze minutos pra terminar. O Fael queria ouvir Burguesinha, mas não rolou. Fomos embora e lá fora percebemos que não fomos os únicos, era debandada geral, parecia até que o show já havia terminado de tanta gente indo embora. Uma chuva fria e chata nos esperava, e prenunciava um belo de um resfriado.
Ao final, concluímos que a dona do show deveria ter sido Mart´nália, o convidado tinha que ter sido ele, assim a noite seria perfeita.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Epifania


Como explicar a tremenda vontade antes e depois apenas o desejo de rechaçar? Quando terminou queria ir embora pra minha casa, me afastar de lá. Não por consciência, nojo ou qualquer sentimento ruim. Apenas que, o que eu queria tinha conseguido, mais nada. E isso está virando rotina.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mulher rejeitada

Olá, meu caro!
Estou te escrevendo para agradecer o que você fez por mim mesmo sem saber. Sim, caríssimo você foi um divisor de águas em minha vida, eu decidi que à partir de você eu não mais olharia para nenhum homem esperando que ele seja “aquele” ou meu príncipe encantado, tampouco, o homem da minha vida, ele não existe. Engraçado, não é? Você não me conhece eu não te conheço e você me fez um bem.
Lembra aquilo que te falei quando conversamos a primeira vez? Que você não me decepcionou? E você ficou super curioso pra saber sobre o que eu estava falando, então, agora eu vou te contar: quando disse que você não me decepcionou estava falando de como foi a sua abordagem, você não estava interessado em mim, queria saber se eu estava disposta transar com você. E olha que surpresa, eu estava interessada em você. Eu olhei seu perfil naquela rede social, vi suas fotos, suas comunidades e achei que valia a pena te conhecer, pedi em uma prece que você não fosse igual aos outros, mas você se revelou igual aos outros. Longe de mim querer alguma coisa romântica, eu sabia exatamente o que iria rolar, mas você, conseguiu estragar uma coisa tão bacana como um encontro entre duas pessoas para partilharem uma coisa tão legal como sexo, numa coisa nojenta e suja.
E sabe o que eu penso sobre nosso encontro? Que seria no mínimo divertido, mas que pena, você me dispensou. Quer saber mais? Você amarelou, ficou com medo do que eu te falei nas mensagens que trocamos, o engraçado é que as mais picantes eram suas, eu apenas respondia ao que você escrevia. Concluí que posso ser uma mulher disposta, mas não posso dizer que sou. Posso dá pra você, mas tomar a rédea da situação, jamais! Posso ser dona do meu próprio prazer, mas serei vista como fácil e desfrutável por isso. Que contradição, meu Deus!!! Tantos aos, queimaram sutiãs, nos masculinizamos, mas no final ainda vale o estereótipo da mulher sonsa e assexuada. E muita vezes vejo de camarote a frustração de vocês homens ao escolheram a mulherzinha com companheira de vida.
Eu também sei o que pode me fazer bem e mal, e do jeito que a coisa andava e do tanto que eu fantasiava eu me ferraria bonito. Eu me sinto angustiada, queria ir com você, dá pra você, mas sabia que eu sairia machucada. Fiz então o que podia para me proteger: cortei todo e qualquer contato que nós poderíamos ter, e pouco adiantou, sigo ainda querendo e desejando sua atenção, uma palavra sua e um convite seu, mas sei que nada disso vai acontecer.
A essa altura, caso você leia este texto, deve estar se enchendo de orgulho ou talvez não entendendo nada. Olha o que você fez (aliás, não fez!) com a mulher adulta e independente, mas que está carente e necessitada e capaz de fazer qualquer coisa pra ter um pouco de carinho (!) em um sexo casual vazio!
E eu estou aqui, com o coração pequeno, raivosa e com uma ponta de inveja das outras mulheres que estiveram com você e sinceramente, não sei quem sou. Mas realmente não importa, porque o que realmente interessa e a imagem que projeto para os outros. O ser passa longe disso.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Diário de Viagem - Aventuras diurnas

Sexta-feira, resfriada até o cabelo, febre e dores pelo corpo, apesar disso, me aventurei e fui conhecer o Museu do Futebol (http://www.museudofutebol.org.br/historia/) e quando saia da estação do metrô Clínicas (a estação fica em frente ao Hospital das Clínicas) me deparei com o cemitério municipal. Não resisti e entrei. Ok, ok, vocês vão falar que é mórbido de mau gosto, mas o lugar é lindo! Eu, moradora de Brasília que sou, só vejo túmulos bidimensionais ao me deparar com aquele festival de estatua em mármore negro e branco em 3D, me encantei. Gente, é cada uma mais linda que outra! Têm anjos, Pietás, mini templos, Jesus Cristo pra todos os gostos e lógico, ler nos túmulos gente que está lá desde o século dezenove e uma espécie de oratório do soldado da Policia Militar de São Paulo. Pelo que pude entender, eles transladam os restos mortais dos policias que morreram em serviço, ou em atos heróicos.
Mas vamos ao Museu do Futebol, ele se localiza no Estádio do Pacaembu, no bairro do Pacaembu, o lugar é de fácil acesso e do metrô das Clinicas pega-se o ônibus Morro Grande, na parada do cemitério (rsrsrrs) e peça para o motorista te deixar em frente ao Pacaembu, na Praça Charles Muller, que de praça só tem o nome, na verdade, é o estacionamento do estádio e é gigantesco! Não tenham medo de se perder, quem tem boca vai a Roma, então, qualquer dúvida, pergunte as pessoas, elas terão o maior prazer em te indicar o caminho. E o museu super vale a pena conhecer, não tem relíquias ou objetos de valor, o forte dele é a tecnologia, lá você vai conhecer a origem do futebol, das regras, gírias, expressões, repórteres, comentaristas, jogadores, cartolas (sabe o que é isso?), os craques e tudo que se pode dizer sobre futebol. Há painéis que se movem, uma linha do tempo sobre o que de mais relevante aconteceu no mudo no ano em que aconteciam as copas do mundo, mesas pra você escolher e ouvir a narração dos gols e jogadas mais famosas.
Um vão entre um andar e outro é o lugar dedicado às torcidas, o lugar é o alicerce das arquibancadas do estádio, não tem ventilação, é grosseiro e feio, e um cheiro de suor, terra que faz lembrar um amontoado de gente, enormes telões te cercam e mostram as mais diversas torcidas organizadas, cantando o hino e os gritos de guerra do clube do coração; é uma barulheira infernal! Você realmente se sente no meio de uma torcida. Muito massa!!! Detalhe, professor com seu holerite (?) não paga, viu? É assim nos museus de São Paulo, ou você não paga ou paga meia.
O museu conta também com uma loja de presentes – Roxos e Doentes, um restaurante, o Bar do Torcedor, com chopp da Brahma e a comida é super gostosa. Têm acesso aos portadores de necessidades especiais, com elevadores e banheiros.
Foi um dos poucos lugares em que tirei foto, às quatro da tarde pedi arrego, espirrava aos trancos e me sentia febril, fui pra casa e tomei remédio, o Leo e o Vini me ligavam e falavam das Heinekem geladas que estavam bebendo e eu sem condição. Repetindo Dadá Coelho: pobre quando encontra um ovo ele está goro. Ai!!!
No sábado Feijoada no Portela (Rua Prof. Sebastião Soares de Faria, 61 - Bela Vista - São Paulo / SP), o bar tem mais de quarenta anos, e é um dos melhores botecos em que já pisei, comida boa e barata e personalizada, o atendimento é maravilhoso e os donos vão sempre conversar com os frequentadores. A Tita minha prima é uma das fieis clientes do lugar, vai pra almoçar, comer um belisquete, jantar e até tomar uma cerveja, não é legal?
Quanto ao prato em questão, a feijoada, advirto que se você só vai nela porque tem lingüiça, então passe longe desta aqui, a iguaria do Portella não tem lingüiça ou paio, mas tem todos os outros pertences do porco e é absolutamente sensacional. Sem falar que ela é servida com duas bistecas maravilhosas que estão incluídas nos acompanhamentos. Peça a porção grande se você tiver em três pessoas ou mais. Recomendo.
Depois dessa tomei meu remédio para o resfriado e fui dormir, afinal, a noite estava me chamando.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Diário de viagem: a desventura

Queridos Amigos,

Cá estou novamente em Sampa, e desta vez a viagem se não foi um parto foi quase uma desventura em série. Começando em casa, numa semana atípica aconteceu de tudo: tinha trabalho para entregar no meu curso, trabalho acumulado, a TV do meu quarto deu pau, não tive tempo de arrumar a mala, foi tudo jogado lá dentro e ainda tive que comparecer em juízo no dia da viagem (às 17:30, horário combinado pra sair de casa, eu estava no fórum pedindo ao analista, minha ressalva, aff!!! Mas deu tudo certo, ou quase!), cheguei em casa esbaforida e só puxei o zíper e saí correndo.
Enfim, cheguei a tempo no Aeroporto e quando pensei que tudo daria certo, sentei-me, peguei meu livro de papel, acomodei-me e fui esperar a chamada do voo. Ele chegou? Claro que não. Às 19:30 eu perguntei pra duas senhorinhas que estavam ao meu lado o que estava acontecendo e elas responderam que o voo estava atrasado e que a previsão seria às 21:50, detalhe, eram sete e meia da noite e meu estômago já reclamava, na correria não tinha dado tempo de lanchar, apelei pro suco e pão de queijo a preço de restaurante a la carte, o preço de se comer em aeroporto. Até aí tudo bem, lanchei, liguei em casa pra dizer que estava ainda em Bsb, peguei o endereço da Tita –sei onde é, mas como explicar por taxista? Enfim, me mexi.
Às 21:50 eu já havia desistido do meu livro e estava no note book, lendo meu livro florzinha, quando uma moça que iria no mesmo vôo começou a circular pela sala de espera perguntando quem estava indo pra Guarulhos no vôo 1737 (anotem!) e quem respondia ela explicava que tinha sido adiado de novo, com previsão de chegada da aeronave em Bsb, às 23:00, entenderam? Previsão. E a gente só sabia disso pela Gol uns vinte a trinta minutos depois que a rádio corredor estava a todo vapor.
A Gol, estava distribuindo tickets para jantar e que todos nós aguardássemos a confirmação do voo. Houve passageiros que ensairam querer a devolução do dinheiro, hospedagem e os outros itens do kit de passageiro enrolado pela companhia aérea, mas a moça já foi falando que se não fossemos nesse avião, só teria vaga pra quarta-feira. A reclamação cessou geral, não sem grunhidos e com certeza jogaram uma praga na coitada. Fomos jantar. A essa altura eu já tinha feito uma amiga íntima, a Viviane e tinha vários conhecidos que sorriam ou me inclinavam a cabeça quando passava por eles. O restaurante em questão ficava do outro lado do aeroporto na Praça de Alimentação e era um Giraffa´s querendo ser chique. Pra conseguir ser atendida faltei subir na mesa e dançar o rebolation, o que não adiantou nada. Tivemos que ir ao balcão, mas até que a comida não demorou muito, estava cozida e passável. Alimentados voltamos pra sala de espera e esperamos. Nesse ínterim, achei uma revista que li, um jornal que passei os olhos, liguei em casa novamente e por fim a aeronave pousou às 23:10, quando a mocinha falou no auto falante, houve palmas e vivas por parte dos passageiros. Que horas começamos a embarcar? 23:30. Uma fila quilométrica de gente cansada, criança chorando e gente fula da vida.
Acomodados, levantamos voo à 00:10, enquanto taxiávamos pela pista percebi a fila de aviões tanto atrás como na frente, calculei o tempo e todos eles decolavam com um intervalo máximo de 2 minutos, tem noção? Havia dois aviões na nossa frente e quatro esperando depois de nós.
Bom, a viagem foi tranqüila e sem turbulência, chegamos em Cumbica 01:30 da manhã, e se vocês pensam que tudo acabou, nãnãninãnã!!! Depois que recolhemos as malas fomos atrás de translado, pois, estávamos em Guarulhos, como chegar em São Paulo aquela hora da madrugada? Se vocês acham que algum funcionário da Gol estava no desembarque para nos ajudar enganaram-se. Não havia ninguém! Pra nossa sorte a mocinha de Bsb, nos explicou o caminho das pedras e falou pra irmos ao chek in (?) e pedir que a empresa providenciasse translado pra todo mundo. E foi exatamente o que eles fizeram, juntaram pessoas com destinos comuns e gente que ia pra perto. Eu fiquei com a Alice, uma garota de São Luis, que veio a São Paulo para um congresso, ela ia pra São João e eu pro Bela Vista. Tudo perto.
Muito bem. Com o vale táxi na mão, fomos para o ponto do táxi e conseguimos um carro, já estava mais que feliz. Mas como diz Dadá Coelho: pobre quando acha um ovo, ele ta goro. O meu gorou na hora que demos o itinerário para o taxista, quando ele viu que eram duas paradas uma na São João e outra no Bela Vista, argumentou e contra argumentou, e não adiantou o rapaz afirmar que era itinerário e taxímetro ligado, o homem fez a gente sair do táxi onde já estávamos sentados, tirou nossa malas do bagageiro e pegou outros passageiros que iam para o mesmo lugar. O supervisor, então, foi lá resolver o problema. E isso eram 02:15 da manhã!!! Mooorraaaa!!! Às 02:30 o moço da Gol chegou, com um novo vale táxi e finalmente embarcamos em direção a São Paulo. Cheguei na casa da Tita às 03:15 da manhã, morta de cansada e puta.
Mas em nenhum momento perdi a paciência com funcionário ou com as pessoas que estavam ao meu lado, ninguém tinha culpa, bom, pelo menos a balconista do atendimento ou o pessoal do avião, eles eram tão vítimas quanto nós passageiros. Imagina, ter que montar uma tripulação e ir buscar 192 passageiros em um vôo bate e volta? Ninguém merece, imagina a tripulação. Era nítido na cara de todos eles que estavam tão putos quanto nós.
No meio de toda essa confusão eu só pensava no preço da passagem: R$85,00 que me custaram uma noite insana dentro de um aeroporto lotado. Ô barato que saiu caro!!!
Tomara que as próximas aventuras valham a pena.
Beijos

sábado, 24 de julho de 2010

Da vida e da morte

Da vida e da morte
Não estamos preparados para a morte. Foi essa a constatação que tive ao conversar com uma colega de faculdade que não via fazia anos. E foi ali, no meio do shopping e do barulho da praça de alimentação que ela me contou que havia perdido um filho. Às vezes, acho que sou uma das poucas pessoas que vêem na morte um acontecimento social. Sim, afora a dor, o sofrimento da família e ter alguém estirado no meio do salão, velório é evento social que como tal exige comportamento e roupa adequada. É um momento onde a família, os amigos e os penetras estão lá para celebrar a vida e se despedir de alguém. Onde experimentamos um turbilhão de emoções comandando nosso comportamento.
Estão lá os familiares conformados ou atônitos e sem chão com o ocorrido, alguns amigos tristes, outros nem tanto e os penetras que querem saber o que aconteceu. Recentemente enterrei duas amigas em menos de um mês, com a primeira, fiquei triste e foi doloroso ver os pais dela já velhinhos sentados ao lado do caixão enterrando mais um filho. Detalhe: minha amiga sofria de uma doença hereditária que já havia levado dois irmãos. Então já viu a comoção. Já a outra não me afetou tanto, durante o funeral encontrei antigos colegas de trabalho e passamos a cerimônia inteira atrás da capela relembrando os velhos tempos e nossos bons momentos juntos.
Isso me lembra uma amiga me contando que tem um primo que ela adora, mas eles só se encontram em casamentos e velórios da família, ela afirma que eles dão boas risadas e aproveitam pra colocar o papo em dia. Fiquei imaginando se eles vão dar boas risadas quando alguém muito querido for o morto da vez.
Com a minha primeira amiga, pude observar como as pessoas estavam chocadas e ouvi muitos comentários do tipo: Não sei como reagiria se minha mãe morresse ou eu enlouqueceria se isso acontecesse comigo. Ora, quando lidamos com a morte a grande questão não é se, mas quando. E mais, não existe curso com o titulo: Como perder sua mãe em 10 lições ou O que devo fazer quando alguém que eu amo morreu? Com 180 horas e certificação no final. Isso nós aprendemos na porrada e na dor.
Morrer faz parte de vida, isso é fato. E por mais antinatural que pareça, filhos morrem antes dos pais, pais morrem quando seus filhos ainda são pequenos e às vezes a morte leva dois ou mais da família de uma só vez. Meu amigo João, enterrou de uma só vez o cunhado e dois sobrinhos, minha mãe tem uma amiga que enterrou o marido e a filha no mesmo dia, e outro amigo que enterrou os pais juntos, vitimas de um acidente de transito. Se faz parte do nosso cotidiano, por que é tão difícil lidar com ela? Porque a morte escapa ao nosso controle, principalmente neste século onde a maioria das doenças são curáveis, somos limpos e asseados e temos acesso a muita informação e mais centenas de ferramentas que prolongam a vida. Nós não queremos a morte faça parte do nosso cotidiano. Percebemos que quanto mais tentamos afastá-la mais difícil fica administrar o luto quando nos deparamos com ela. Não é fugindo dela que nos manteremos a salvo. Sabe aquele ditado se correr o bicho pega... Como tudo na vida a morte tem que ser encarada de frente.
A minha amiga que perdeu o filho me contou todas as suas dificuldades: a revolta, a dor, a tristeza e a força de se levantar todos os dias e continuar vivendo. Claro, que falei de psicólogos, filmes, reforcei que respeitasse o tempo dela. No que ela me devolveu dizendo que tudo que passou e continua passando é encarado de cara limpa, pois ela se recusa a tomar qualquer coisa que aplaque sua dor. Mulher corajosa essa. Mas percebi que a dor não diminuiu ao ponto dela ver graça na vida, ainda. Paciência, o tempo dela vai chegar, eu sinceramente espero.
Recentemente revi Crepúsculo e vi uma frase que ilustra bem isso:... “morrer é fácil, tranqüilo; viver é mais difícil.” Sim, viver é muito mais difícil, continuar a andar sobre a terra, ver o sol nascer e se por, traz a tona uma série de questionamentos: Por que ele? Por que não fui eu? E agora? O que vai ser de mim? Da minha vida? Particularmente acredito que não se vive um dia a mais do que nos é proposto, não interessa se é jovem ou velho. Acreditar que além da nossa vida há algo maior e o mais importante, amar e ser amado, pela família e amigos torna essa experiência cruel, muito mais fácil. Se manter são, sóbrio e corajoso nos torna, mais fortes, mas não imunes.
A morte faz parte da vida, como reagimos a ela é o que nos diferencia e faz a vida valer a pena.
Beijos.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Como sobreviver a um incêndio em um prédio

Como sobreviver a um incêndio em um prédio
Tenha sempre em mente que quando o alarme soar, pode não ser um treinamento, mas um incêndio de verdade.
Não saia pelas escadas com carpetes ou ladeadas com vidros, tanto o carpete como o vidros são bons condutores de calor e podem pegar fogo ou explodir.
Procure as escadas de incêndio, elas estão preparadas para suportar altas temperaturas e as portas geralmente são corta-fogo.
Não entre em pânico em caso do fogo bloquear o caminho, e para não ser tragado pela multidão em pânico em caso de mudança de rota, segure-se no corrimão com sua mão direita, segure seu companheiro com a mão esquerda e cubra seu rosto com este braço e faça o caminho.
Ao chegar em um lugar seguro, aproveite e pegue tudo que você pode vir a precisar: garrafas de água, estiletes, facas, extratores de clips, aquele pedaço ferro da cadeira quebrada, kit de primeiro socorros.
Se encontrar um banheiro, entre, molhe sua roupa, seu cabelo, isso vai retardar o calor e impedir que você pegue fogo rsrsrrs, aproveite e encha suas garrafas de água, já sabe porque, não é?
Jamais use o elevador em caso de incêndio.
Use a tecnologia, com o celular fotografe o mapa do prédio, ele será o guia para se localizar e encontrar a saída e mande mensagens para parentes e amigos dando sua localização, quantos estão com você; ligações estão fora de cogitação, o barulho torna impossível ser ouvido ou falar com alguém.
Em situações assim você precisará ter espírito de equipe, escolha entre o grupo um homem de frente que será responsável de levar o grupo adiante, um navegador que com o mapa do prédio no celular dirá o caminho e o homem do final que fechará as portas e se encarregará de não deixar ninguém para trás.
Se entrar em uma sala SEMPRE feche a porta, ela impede que o fogo se espalhe para onde você está indo.
Se uma escada de incêndio está inutilizada, procure outra, prédios sempre tem duas escadas de emergência. Use o mapa que foi fotografado no celular.
Use pos-it, aqueles papeis de recado autocolantes, marque o caminho, cole-os nas paredes na altura do seu joelho com uma seta desenhada, isso será o marcador do caminho, no caso de precisar voltar, eles serão o seu guia.
Observe como o fogo se comporta, olhe os objetos durante o incêndio, se os objetos de plástico estão derretendo é sinal que o calor chegou a mais de duzentos graus.
Nunca abra uma porta de qualquer jeito, primeiro sinta se o calor chegou a porta, detalhe: sempre com o dorso da mão, esta é mais sensível e se você usar a palma, a mão pode se queimar inutilizando-a para tarefas mais importantes. Faça assim: veja se a porta está quente começando por cima até finalmente chegar ao trinco se ela estiver quente, é indicio de fogo atrás dela. Não abra, procure outra.
Durante sua fuga alguém se feriu no fogo? Remova-o, coloque-o em um lugar seguro, tire suas roupas, não arrancando, mas removendo-as cuidadosamente. Refresque os ferimentos, jogando água delicadamente; se ela queimou as mãos, enrole cada um dos dedos para que não colem enquanto espera por socorro, mantenha a vítima aquecida.
É impossível levá-lo junto e ficar com ele está fora de cogitação? Explique para seu colega que ele ficará e que só tentando sair do prédio vocês terão uma chance de escapar com vida. Deixe-o, prometendo que uma equipe virá buscá-lo assim que vocês conseguirem sair do prédio.
Se você estiver no meio de um incêndio sem ter como sair tanto pela frente com por trás, não vacile: saia pelo meio. No meio tem uma parede? Quebre-a, faça um buraco onde você possa passar, nem muito largo ou muito estreito.
No meio do fogo, arraste-se pelo chão, é ali onde ainda tem oxigênio.
Se a única chance de escapar for pelas janelas, procure aquelas que têm vidro temperado, são mais fáceis de quebrar e mais seguras.
Se tiver que descer pelas janelas, use os fios da central de informática, junte seis ou mais rolos de fios, torça-os para formar uma corda e faça uma cadeira em seu próprio corpo.
Se a única coisa que restar é pular do prédio naqueles colchões de ar, pule.
Do lado de fora avise aos parentes e amigos que você conseguiu sair e que está bem, informe aos bombeiros sobre seu colega ferido que ficou, dando a localização exata de onde ele está.
E por último; RESPIRE, fique calmo e tente lembrar de tudo isso.

sábado, 1 de maio de 2010

O texto não é meu, mas achei tão bacana que resolvi postar aqui.
Leiam, pensem e reflitam.

Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes — tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa — e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por que?

O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada — e feliz — com um deles.

E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.

Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão — da traição ou do cigarro — concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.

O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço”. Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso.

(Leila Ferreira é jornalista, apresentadora de TV e autora do livro Mulheres – Por que será que elas..., da Editora Globo)
Beijo, povo!!!!

segunda-feira, 22 de março de 2010



Patrícia se hidratando em Pleno Campo Grande no domingão!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Precious, o filme

Ela é negra, feia, obesa mórbida e se chama Precious. Adora matemática e tem mil pensamentos guardados pra si mesma, o papel, defendido com garra por Gabourey Sidibe, atriz novata e que concorre ao Oscar de melhor atriz.
No início do filme ela mal fala, a impressão que se tem é que ela não sabe usar esta habilidade, a câmera está quase sempre fechada em seu rosto, mostrando as mil emoções que passam por ele ao ser maltratada ou ignorada. Apesar de ser imensa ela é invisível. Para a família, pra escola, para as pessoas na rua. Ela não tem amigos. Precious não existe a não ser para si mesma e na sua imaginação ela não é sem graça tampouco invisível, ela brilha.
Sua casa é sufocante mostrando a angustia de ser abusada pelo pai e pela mãe que a culpa por seduzi-lo e como castigo a força a comer para ficar cada vez mais gorda. A vontade que dá ao ver isso é de socar a mãe(Mo’nique, absolutamente convincente e maravilhosa no papel,que também concorreu ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e levou).
Precious está esperando o segundo filho, tanto o primeiro como este são de seu pai e ela não tem perspectiva nenhuma em mudar de vida quando é expulsa do colégio onde estuda por estar grávida e acaba transferida para uma escola alternativa para ser alfabetizada. Na primeira aula a professora entrega um caderno para ser um diário onde ela vai escrever tudo que lhe vier à cabeça. É ai que começa a transformação; timidamente Precious começa a se descobrir, sua voz começa a ser ouvida, seu sorriso aparece, ela é capaz de brincar com as colegas e a entender o que aconteceu com ela. A cena em que ela diz a mãe com todas as letras que foi violentada enquanto que o traste da mãe grita que ela roubou o seu homem é absolutamente horripilante.
Diferente de sua casa que é lúgubre, escura e triste todos os lugares por onde ela circula são claros e em alguns momentos alegres, mesmo a sala de aula que mostra as histórias tristes de suas colegas tem um quê de aconchego. Tal efeito visa mostrar que ela está segura em muitos lugares, menos onde realmente importa.
Com a chegada do segundo filho ela tem a chance de dar sentido a sua vida. Abdul nasce e são suas amigas da escola, o enfermeiro que fez seu parto e a professora que estão presente e lhe fazem companhia, a impressão que se tem é que é outra Precious, sorridente, confiante e ciente do que precisa ser feito.
O filme é maravilhoso e não tem final feliz, tampouco triste, eu diria que é como a vida da gente: somos mais um na multidão, mas é preciso ter o nosso próprio diário para escrever as nossas aventuras para depois ler e constatar que nossa vida não é e não foi em vão.
Precious com certeza vale o ingresso.
Como ainda não sei postar vídeo no Blo, mando o link do Youtube pra vcês assistirem o trailler.
www.youtube.com/watch?v=b5FYahzVU44

Pra não dizer que eu estava mentindo, olha os nossos pés e os da Dani.
Em sentido horário: Luana, Dani, Patrícia, eu, Carina e Rafael.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Tá com sede? Bebeu água? (Dicas Carnavalescas)

Beba água, muita água, mas muita água mesmo!!!! O calor é de matar e com certeza você vai se encharcar no álcool (eu faço isso!)e água hidrata ajudando a diluir a birita. Tá no bloco beba água, na pipoca, beba água. De bobeira na praia, beba água. Com sede ou sem sede, beba água. Seu corpo vai agradecer.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Axé nos pés (Dicas Carnavalescas)

Vai no bloco? Use um sapato confortável. Vai na pipoca? Use um sapato confortável. Vai no camarote, ok, use um sapato bonito, mas confortável. E quando falo em sapato confortável é aquele que pra VOCÊ é confortável. Dou um exemplo: minha amiga Vevê, usa salto e sandálias o tempo inteiro, só usa tênis quando raramente põe o pé na academia; quando foi a Salvador comprou um par de tênis lindo, pra usar lá, não amaciou e nem andou com o bichinho. Resultado, a criatura quase morreu de dor, isso mesmo, no fim da noite ela estava mancando e quase chorando de dor nas pernas. Outro amiga a Keyse, é baixinha e sempre usa salto, foi pro bloco, pipoca e afins com o bendito saltão e pulou até se acabar. Sem sentir dor nenhuma.
Pra mim, um sapato confortável é um bom par de tênis amaciado; pulo até o amanhecer.
A pequena Dani, estava no bloco de sandálias havaianas, fazer o que? Pra ela a sandália era confortável.
Ainda voto no tênis, além de confortável é higiênico, e só Deus sabe no que a gente pisa no circuito.
Até a próxima.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Invictus, o homem

Acabei de assistir Invictus e o filme é absolutamente sensacional.
Em alguns momentos dá pra ficar a beira das lágrimas.
Mandela é realmente um homem iluminado. Quem passaria 27 anos presos, se elegeria presidente e determinado a unir um país que por séculos viveu um regime de segregação?
Como presidente uma das preocupações de Madiba (assim ele era chamado por sua equipe)foi unir negros e brancos, começando por seu escritório e dando exemplo. Umas das falas mais emocionantes do filme é: O recomeço é aqui, o perdão começa aqui.
Mandela tinha gravado em seu coração que ele não era apenas presidente dos negros africanos, mas de toda a África do Sul, ele estava disposto a tornar a seu país um exemplo de convivência pacífica entre negros e brancos e nada como dar o exemplo à partir de sua casa. A cena em que os seguranças negros e brancos se enfrentam em um desafio de olhos é hilária, mas ao mesmo tempo mostra a tensão que era o aparthaid naquele país, negros não confiavam em brancos e vice versa.
Ele buscava um meio de unir o páis, da Africa do Sul ter uma identidade nacional;o Rugby era um esporte de massa, mas jogado apenas por brancos, os negros africanos torciam por qualquer time que jogasse contra os Springbok, sem falar que eles tinham um desempenho medíocre e Mandela viu nisso um triunfo. Ele não apenas uniu o país, mas também fez da seleção de Rugby uma potência no esporte.
E tudo isso, com sua voz calma e depositando confiança no outro.
Há várias cenas emocionantes, quando François visita a prisão em que Mandela esteve preso e mede o tamanho da cela com sua envergadura. Ou quando os seguranças disputam uma partida de Rugby no jardim da residência oficial. Sem falar na final da Copa do Mundo vista numa tela gigantesca de cinema. Absolutamente sensacional!
O texto abaixo e o poema que Mandela leu na prisão todas as vezes em que se sentia alquebrado. É um banho de otimismo e serve pra todo mundo.

"Dentro da noite que me cobre Negra como as Profundezas, de um pólo ao outro,

Agradeço aos deuses, se é que existem, pelo meu espírito invencível.

Nas garras ferozes das circunstâncias não me encolhi, nem fiz alarde do meu pranto.

Golpeado pelo acaso, minha cabeça sangra, mas não se curva.

Longe deste lugar de ira e lágrimas só assoma o Horror da sombra,

Ainda assim, a ameaça dos anos me encontra, e me encontrará sempre, destemido.

Não importa quão estreita seja a porta, quão profusa em punições seja a lista, sou o mestre do meu destino.

Sou o capitão da minha alma."
Invictus de William Ernest Henley

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dicas carnavalescas

Prepare-se fisicamente
Isso mesmo, o carnaval de Salvador não é um Passeio da Primavera muito menos uma Caminhada pela Paz, está mais para uma maratona ou triatlon. Raciocine comigo: seis dias de bloco, cada bloco dura em média cinco, seis horas e nesse período você corre, pula, dança e lógico bebe muito. Se você não vai no bloco você vai pra pipoca, camarote e são horas em pé pulando e dançando e claro bebendo, again. Não dá pra sentar no chão, a não ser que você queira se arriscar a pegar algum tipo de germe. Sua coluna sofre e seus pés e pescoço também.
Por isso, corra, nade, ande de bike, puxe ferro, faça o que for, prepare-se fisicamente. E na primeira vez que for recomendo ir com calma, compre dois abadás, intercale os dias e vá no circuito Barra/Ondina, ele é plano, menor e com vista pro mar; o Circuito do Campo Grande é coisa de iniciado, com ladeiras, curvas, prédios de um lado ao outro, abafado e uma pipoca pra lá de apertada. Nos anos seguintes quando for mordido pelo mosquito da folia você decide se agüenta os cinco dias sem parar, aí o treino precisa ser de fuzileiro. Mas vale a pena.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Carnaval, uma paixão

Se alguém me dissesse que em 2008 eu estaria no carnaval da Bahia eu riria e diria que sim, afinal, conhecer os três carnavais mais famosos do Brasil, são viagens que constam na minha lista de coisas a fazer antes de morrer. Fui e foi uma das aventuras mais impressionantes da minha vida!!! A Bahia é uma experiência antropológica literal.
Pobreza e riqueza estão lado a lado, bonito e feio, alegria e tristeza também. Conto pras pessoas que estou marcada com esta experiência até hoje. A Bahia é umcaldeirão de contrastes, brancos de um lado negros de outro, em nenhum lugar onde já fui esse abismo racial é tão grande como lá. E isso foi uma coisa que bateu profundamente em mim. E ter estado três vezes lá ainda não banalizou meu olhar, ainda dói profundamente. E isto ficou mais impresso em mim, depois de ter visto o bloco do Chiclete com Banana em Barra/Ondina. O bloco era simplesmente branco e a corda e a pipoca inversamente negra, numa palavra, choquei!!!!
Mas longe de se sentirem tristes os baianos são alegres por excelência, educado e claro, festeiro, por que de outra maneira ele faria semanas de festas para receber o carnaval e absolutamente barbarizar na folia. A canção de Caetano cabe perfeitamente aqui: “A Bahia tem um jeito...” e que jeito.
Após três carnavais já posso dizer que sou escolada e quase local quando o assunto é folia.
Então, a primeira coisa que você deve saber quando for à Bahia no carnaval é:
-Visitante na Bahia no carnaval não é turista é folião.
Nem pense que dá pra fazer as duas coisas porque não dá, ou você pula ou vai passear, ademais nas festas todos os monumentos estão fechados ou cobertos por tapumes para não haver depredamento ou pior, pro povo não fazer xixi nas paredes, sim, meus caros amigos, no carnaval Salvador vira um banheiro (argh!)! a céu aberto. E não adianta as centenas de pipimóveis, todo mundo mija (leia-se os marmanjos) em qualquer lugar. Mas não se preocupem, eles são craques na festa, na quarta-feira de cinzas tudo começa a voltar ao normal, mesmo durante as festas as ruas são lavadas com sabão e desinfetante e pela manhã o lixo da noite anterior já foi recolhido.
Quer ir? Vá. Mas de coração aberto. E lembre-se o primeiro carnaval a gente nunca esquece, é uma prova de fogo, é nele que você vai decidir se ama ou odeia a festa e lhe digo, não há meio termo ou você vai amar ou simplesmente odiar. Se odiar não volta nunca mais, mas se amar não quer nem saber voltará outras vezes, de preferência todos os anos.