domingo, 29 de janeiro de 2012

Dolce Far Niente em Samui













                Nossos dias nas ilhas foram regados a muito sol, cerveja a moda européia, gente bonita e de quebra um resfriado para lembrar que o corpo também cansa, mas nada que não fosse contornado com um remedinho. Foi em Ko Samui que finalmente acertamos na comida. Encontramos um australiano show de bola que servia porções gigantes de batata fritas e hambúrgueres maravilhosos e comemos um dos pratos mais esquisitos do mundo: um macarrão preto, receita gourmet do Olivio Restaurante. A massa podia até ser esquisita, mas a vista do lugar era deslumbrante.
 Ko Samui se mostrou perfeita já na hora do embarque: chinelos, bermudas, camisetas e no meu caso vestidinho e havaianas. O aeroporto é lindo e pitoresco, ao descer do avião somos levados até a sala de desembarque de trenzinho. Uma graça!!!
                Chegamos em um domingo à noite  e Samui estava bombando! Fomos direto pro hotel guardar as malas para nos jogarmos na cidade, mas o All Leasom foi uma grata surpresa. Nosso quarto era um bangalô com duas suítes, sala, sofá-cama, chuveiros duplos, banheira e terraço. O melhor de tudo: era ao lado da piscina de borda infinita e de frente pro mar. Foi lá que ficamos expostos ao sol, só curtindo e deixando o dia passar.
Posso afirmar que nunca vi tanto homem lindo como em Ko Samui, eram australianos, europeus e americanos. Era um festival de homens altos, loiros, de olhos azuis e LIIIIIINDOS!!! Nas ilhas também entendi que todos esses atributos nem sempre querem dizer que o guapo é bonito. Contradições...
E pela primeira vez em minha vida vi uma Havaianas falsificada, lá também descobri que o slogan do comercial era verdadeiro: Havaianas: todo mundo usa! Todo mundo mesmo, e uma sandália original custava a bagatela de trinta e cinco dólares americanos.
Samui é cara se compararmos a Bancoc e depois Koh Phi Phi, mas muita mais barata que qualquer cidade litorânea do Brasil; é desenvolvida como poucas: tem bancos, casas de câmbios, agencias de turismos que te levam pra onde você quiser; locadoras de carros, motos, aviões e barcos. Tem também casas de massagens, dois Mc Donald’s, Burguer King, Haagen Daz e quase tudo funciona vinte e quatro horas por dia. Há ainda restaurantes de comida internacional mega top, isso sem falar nos australianos com seus hambúrgueres e bifes deliciosos. Mas tem uma particularidade: pouquíssimos lugares aceitam cartão de crédito e lá não rola esse negócio de dividir a conta pagando parte no cartão outra parte em dinheiro, lá é uma coisa ou outra, principalmente nos bares, baladas e restaurantes.
É uma cidade que dorme e acorda tarde, os restaurantes abrem lá pelas onze horas e só começam a encher às cinco da tarde, era engraçado porque no primeiro dia nós saímos pra almoçar e ficamos desconfiados pois não havia ninguém nos restaurantes, foi preciso dois dias pra entendermos que os hábitos eram diferentes e não que a comida era ruim.
A cidade praticamente não para e precisaria de muitas páginas pra contar como ela é, então vou fazer uns tópicos pra vocês terem noção de como as coisas funcionam.
- Koh Samui é feita pra turista, e tudo tem esse intuito, diferente de Bancoc aqui não dava para observar como são seus moradores e seus hábitos;
- A praia de Chaweng é linda, água limpa, transparente e ao longo de suas areias se estendem resorts, bares e restaurantes e a maioria vem com wifi grátis!
- Os bares e baladas da ilha são de arrasar! Em nenhum deles se paga pra entrar ou couvert, você entra, dança, bebe, paga sua conta e vai embora. Uma delícia! Os mais legais? Bondi Aussi, australiano com cerveja e comida boa, além de uma banda de arrasar!
- Mango Green, uma boate enorme tocando os maiores sucessos da pop music a noite toda. Gente bonita a rodo e muito europeu bêbado deslumbrado com os trópicos.
-Reggae Bar, com uma pista gigantesca a céu aberto, mas no dia em que fomos lá, não tinha ninguém. Sem contar outras dezenas de lugares que não passamos por absoluta falta de tempo.
-As casas de massagem, com suas dezenas de massagistas e algumas delas são Lady Boy. Um conselho Se der, faça todo dia é maravilhoso e lá na Tailandia, massagem é coisa séria, quase religião.
-Os “ônibus”, uns paus de arara que cobravam cinqüenta baths (cerca de um dólar e meio) pra te levar ao centro da cidade.
-O Big Buddha, um dos pontos mais visitados da ilha com suas lojas de presentes. O lugar é lindo e vale a visita.
-O transito absolutamente louco sem um semáforo e só vimos um acidente: um turista com sua moto encontrou a traseira de um carro, mas foi só um susto e um braço machucado.
Ah, ia esquecendo; foi em Samui que participei de uma das melhores festas da minha vida! Mas isso fica pra outro dia.
Beijos e até Phi Phi!!!
P.S. O texto de Koh Phi Phi vai ser postado na quarta-feira, sem falta!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Namastê, Tailandia!!!! Bancoc











            

            Depois de pegar menos seis graus em Toronto e quinze graus em Hong Kong, chegar a Tailândia foi uma onda de calor tanto no corpo quanto na alma, começou pelo sorriso das aeromoças da Air Asia, muito diferente da sisudez dos chineses. Em Bancoc fazia trinta graus fácil! E nós absolutamente enlouquecidos pra tirar jeans, tênis, casaco e cachecol e se jogar nas nossas havaianas e camisetas.
            Nosso hotel era um oásis no deserto, ficava numa área mega suspeita, mas o quarto era enorme com banheira (onde no segundo dia enfiei meus pés nela e dormi o sono dos justos, lógico que com um torsilax e muita massagem com um creme pra dor) e uma piscina maravilhosa e de lá nós víamos o dia a dia dos tailandeses moradores da cidade.
            Como definir Bancoc e os tailandeses? Eles são mais bonitos que os chineses, muito mais simpáticos e educados; são extremamente religiosos e tudo na cidade se relaciona com isso; em todos os lugares há uma pequena construção, um mini templo onde são ofertados diariamente pequenos presentes a Budha, no metrô há uma plaquinha mostrando o lugar onde os monges devem sentar e a instrução dizendo que caso você esteja sentado no banco, deve se levantar e oferecer seu lugar ao laranjinha. Eles são apaixonados pelo seu rei Buhmimbol, um senhor já velhinho e que tem seu retrato espalhado por toda Bancoc, e todo cidadão tem a foto dele em casa, no comércio, no carro e acredito que até na carteira. Sua majestade é onipresente em todo o país. Diferente dos outros países, aqui não se aperta a mão ao cumprimentar alguém, mas se junta as duas em posição de prece e se reclina a cabeça para frente em sinal de respeito, e esse cumprimento é chamado de Namastê. Até o Ronald MacDonald cumprimenta assim quem chega em qualquer uma das suas lanchonetes. O Vinícius adorava o cumprimento; muito mais sincero, pois vinha sempre acompanhado de um sorriso.
            A cidade é caótica, aliás esse adjetivo é clichê em todo a Ásia, o transito é uma zona organizada; são milhares de carros, motos, tuc-tucs, bikes e o plus nas ruas são os taxis cor de rosa enfeitando toda a cidade e não só dessa cor, mas azul, amarelo, verde e pedestres que se amontoam e se deslocam numa coreografia sincronizada onde um visitante jura que vai acontecer um acidente a qualquer instante, mas o mais incrível é não ouvir nenhuma buzina, nenhum palavrão ou acontecer alguma batida. Pedestres têm preferencia sempre. Ninguém anda a mais que sessenta quilômetros por hora. Há um respeito implícito pelo ser humano ou qualquer coisa que respire. As pessoas andam pela rua, mas não há uma preocupação se o carro ou a moto vai te atropelar; era incrível, andamos em vários horários pela cidade em todos o transito era lento e movimentado.
            O que é bonito em Bancoc é mais difícil ainda dizer; o Gran Palace é lindo e seu Budha de jade aboletado em uma montanha de ouro é impressionante (não, o buda, mas aquele dourado todo), o Budha reclinado de quinze metros todo folheado a ouro que te encara de todos os ângulos que você olha pra ele em Wat Po? O mercado flutuante e muitos dos seus canais com o cheiro característico de água de rio e peixe, onde muita gente mora e trabalha? A massagem que você faz após a visita ao templo? Os arranha-céus com seus mirantes de onde se vê a cidade toda? Seus shopping-centers coalhados de marcas de grife e de gente comprando, comendo ou simplesmente passeando por seus corredores gigantescos? Tudo isso pode enlouquecer um visitante, mas o tailandês é uma pessoa discreta que fala baixo, é comedido e adora sua cidade, e mesmo com aparência de velha, as ruas são limpas e não há sinal de lixeiras em esquina nenhuma.
            Andamos de Air Train pela cidade toda, nos locomovendo sem dificuldades, mesmo a barreira da língua ser quase um entrave, pois, mesmo sabendo a palavra, a pronúncia estava há anos luz da deles, por isso, sempre escrevíamos o nome e mostrávamos para o taxista ou para quem nos ajudava com alguma informação. Passeamos de tuc-tuc; é uma delícia e tosco ao mesmo tempo, e claro, fomos enganados algumas vezes por algum espertalhões, nada perigoso, mas tudo aquilo que o guia mandava não fazer íamos lá e fazíamos; um exemplo, estávamos procurando o Gran Palace, e um cara chega do nada e nos explica que ele estava fechado e só abriria às duas da tarde e nos levou até um tuc-tuc que carregou a gente para uma sessão de compras, onde não compramos nada, mas visitamos por boa parte da cidade, tiramos fotos de muitos monumentos importantes e descobrimos que na Tailandia, o governo tem rosto. Como assim? Muito simples; todos os ministérios têm na entrada de seus edifícios o retrato gigantesco de seu ministro. Então se alguma coisa der errado a culpa é daquele sujeito ali.
            Fomos também a rua dos mochileiros com suas dezenas de hospedarias, das mais simples àquelas bacanérrimas; foi ali em Khao San Road que percebi que ser mochileiro não é falta de dinheiro, mas sim estilo de vida. Tinha desde moleques mal crescendo a barba, passando por famílias até casais já chegando a terceira idade e todo mundo com sua mochila nas costas e achando aquele esquema o máximo! E a rua vale a visita! É de enlouquecer qualquer um: restaurantes de todos os tipos e lugares do mundo, fast-foods, camelôs, tuc-tucs, taxi, bicicletas, gente te oferecendo tudo o que você precisar e imaginar e muito europeu, americano e australiano, mas muito mesmo. E eles mergulham na cidade, comem a comida, usam as roupas, e claro gastam seus euros e dólares em presentes, passeios e lembrancinhas da cidade.
            Fomos assistir a uma noite de luta de boxe tailandês com direito a foto e tudo com os lutadores, super divertido! Pagamos seiscentos bath para ver quinze minutos de ping-pong show, uma coisa absolutamente deprimente, não percam seu tempo, não vale à pena. Erramos feio na comida, quase ao ponto de passarmos fome. Eu que sempre me considerei guerreira me via sentada no Mac’Donalds da vida porque só em pensar em comer a comida local me embrulhava o estômago! A comida é cozida, ok. Tem frango, porco, peixe e frutos do mar, ok. Tem arroz e verduras, ok. Mas é doce, doce mesmo; eles colocam açúcar e MUITA pimenta que se completa com o cheiro de curry e mais outro tempero indentificavel; não dava, capitulei. A pimenta é um negócio tão entranhado que sentávamos no restaurante e íamos decifrar o cardápio e perguntávamos sempre ao escolher o prato: Spicy? Pra não pagar mico ou correr para a coca-cola. A gente se garantia com o café da manhã no hotel e depois que descobrimos os muitos restaurantes de comida internacional e os pratos locais que agradavam ao nosso paladar, ficou mais fácil, mas até isso comemos a pimenta e o açúcar que o diabo cultivou! Affff!!!!!.
            Uma coisa sobre a comida local bem interessante, se em Hong Kong os chineses adoram um palitinho, em Bancoc os tailandeses amam um saquinho; e tudo, absolutamente tudo vai no saco: arroz, frango e verduras; suco, refrigerantes; frutas picadas pra sair comendo no meio da rua; verduras com um molho de pimenta, o almoço, a janta, tudo!! No começo torcíamos o nariz, mas depois que a fome apertou, comprávamos principalmente manga e abacaxi, docinhos que nem mel e comíamos felizes da vida explorando a cidade.
            Sobre a cidade, é impossível não falar do tanto que os tailandeses são educados, falam baixo e super solícitos, muitos deles se esforçam pra te ajudar se você pede informação. No metrô eles falavam baixinho e nós, quatro brasileiros acostumados ao barulho da cidade chegávamos causando, sorrindo e falando alto, embora nos esforçássemos para falar baixinho. Eu falava pros meninos que eles têm uma audição super desenvolvida de tão baixinho que eram as conversas deles. Eu chamava atenção pela cor da minha pele e principalmente pelo cabelo; os afro-descedentes são raros por aquelas bandas e teve um dia que além de chamar atenção para as minhas madeixas eu estava com os ombros nus. Explico, apesar das tailandesas se vestirem com uns vestidos, saias e shorts minúsculos além de saltos gigantescos, as mulheres não têm o costume de mostrar os ombros, elas estão sempre com blusas de mangas ou aquelas transparentes como se fosse uma segunda pele; as meninas são super recatadas, daí eu ter virado a sensação do Air train; foi o Vini que chamou minha atenção pra isso, peguei meu xale e cobri os ombros e tudo voltou ao normal. E olha que meu vestido arrastava no chão, pois nesse dia íamos no templo do Budha reclinado! Fazer o que? Na Tailandia, faça como os tailandeses.
            Na Tailandia a ambiguidade dos meninos era fato recorrente, eles são arrumadinhos, na moda e se vestem de rosa da cabeça aos pés com a gola da camisa polo levantada! Meu olhar de nordestina e filha de cearense me dizia que aquilo não era coisa de macho. Mais interessante que isso é a quantidade de travestis assumidos na cidade, aqui eles são chamados de lady boy e não sofrem preconceito ou são motivo de gozação, eles trabalham nas mais diferentes funções e profissões e no país há um imenso respeito por eles.
Uma dica? Viajar para o outro lado do mundo é emocionante e maravilhoso, mas o fuso acaba com qualquer um, tínhamos um batidão de acordar cedo, fazer os museus e monumentos, voltar para o hotel e sair ä noite, mas só fizemos isso duas noites, na quarta noite, chegamos cedo, pois íamos jantar eu um sky bar e depois balada. Mas estávamos mortos de cansados e dormimos das quatro da tarde de quinta até as quatro e meia da manhã de sexta. Foram doze horas de sono quase ininterruptos causados pela exaustão e pela necessidade de adaptação do fuso, dessa vez era nosso organismo que pedia um tempo e se encarregou de fazer isso ele mesmo. Acordamos descansados, mas a culpa nos consumiu por termos “perdido” uma noite da viagem. Outra dica? Limpe sua mente e saiba que os tailandeses dos filmes de Hollywood não são os cidadãos que habitam Bancoc e adjacências. E pra finalizar percebi que na Tailandia nem os cachorros tem pressa, mesmo quando ouvem a buzina de algum carro ou moto. Aqui o tempo opera em outra frequência e nela as pessoas são mais felizes.
Beijos e até Ko Samui!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Hong Kong








O que era pra ser uma parada de quatro dias, virou uma maratona de trinta e seis horas, devido ao problema do visto de trânsito do Canadá, perdemos dois dias de viagem, mas deu pra ter uma boa ideia de como é a cidade e como ela funciona. Hong Kong é só uma das ilhas do arquipélago, há ainda Lantau, onde fica o aeroporto (absolutamente inacreditável: tem um metrô dentro dele que te leva do avião ao setor em que você pega as mamas), o grande Budha e a Disney; Macau e Khulum onde nos hospedamos, que aliás, parecia Times Square de tanto neon.
Hong Kong, é uma cidade caótica, moderna e pronta para o futuro, mas ao mesmo tempo arcaica e preconceituosa, com todas as comodidades e com acessibilidade para os deficientes, mas os únicos que encontramos eram mendigos. Uma cidade com docerias em toda esquina, mas os chineses adoram sua própria comida, principalmente se ela vier em um palitinho; chinês que se preza adora um espetinho: de carne, frango, peixe, frutos do mar, com verduras e frutas e o que mais a imaginação mandar.
O café da manhã deles é inacreditável: tem arroz, carne, caldos, macarrão, ovo, legumes e verduras. O aroma de comida é impregnado na cidade; Hong Kong cheira ou fede (dependendo da impressão do visitante) a fritura e afins.
O subway atravessa a cidade praticamente inteira com estações que são shoppings de luxo com todas as marcas de grife mais famosas do mundo: Chanel, Ermenegildo Zegna, Gucci, Calvin Klein entre tantas outras. Se precisar comprar aquele perfume preferido e caro, não precisa desviar e passar no shopping, a estação onde você pega o metrô pra ir pra casa tem a loja.
Começamos pelo centro da cidade com seus prédios gigantescos e modernos, subimos o Escalator, que é o maior trajeto de escada rolante do mundo, e é mesmo, viu? Mas ele só sobe ou desce, dependendo do horário. O trajeto passa por um bairro com influência inglesa e que tem até uma mesquita. Fomos a todos os pontos turísticos: Hong Kong’s Harbor, ao prédio do HSBC e passamos a mão nas patas dos leões gigantescos do hall de entrada; ao IFC,  Internacional Financial Center, com um shopping chiquérrimo no seu lobby e que tem como atração uma gigantesca loja da Apple, lotada de gente experimentando todas as engenhocas, comprando ou simplesmente aproveitando o wifi da loja. A loja é tão grande que tem uma sessão só para a criançada. Na boa? Aquela loja não é uma coisa de Deus.
Fomos ao Pico Vitoria, o bairro mais chique e exclusivo de Hong Kong, que fica no topo do morro, que subimos com uma local super simpática, a Glória, que subia o morro como se estivesse numa esteira e nós ao seu lado colocando os bofes pra fora. Mas a vista compensou tudo; o shopping super bacana com restaurantes e lanchonetes pra todos os gostos, e muitas lojinhas pra comprar desde lembrancinhas até roupas de grife. Na volta, usamos o bonde que faz o trajeto do pico e passamos por uma igreja católica A St. John’s Churchil. Claro, que nossos pés ficaram arrebentados e só estávamos na metade do dia, mas mesmo assim a gente se jogou na cidade à tarde e só chegamos no hotel às sete da noite, mortos de cansados e com fome.
Deixando os lugares e falando das pessoas; os chineses adoram aglomerações e são loucos pelas luzes de Natal - embora a maioria esmagadora deles não tenha religião – todo lugar é lotado: praças, shoppings, metrô, restaurantes e lanchonetes e sempre há filas, embora eles não saibam o significado dela, chinês que se preza fura a fila na cara de pau e nem te ligo.
Eles fumam desbragadamente, mas com a proibição de fumar em recintos fechados as ruas ficam lotadas com dezenas de grupos com um cigarro na mão e conversando animadamente.
Mas uma coisa me chocou e às vezes me provocou pena: a quantidade de velhos trabalhando, em serviços muitas vezes insalubres e em atividades que no Brasil é feita por adolescentes entrando no mercado de trabalho. Tem muitos deles atendendo no Mac’Donalds, limpando o chão, recolhendo pratos e no balcão da lanchonete; a resposta eu descobri depois, na China não existe aposentadoria pelo estado do tipo que existe no Brasil, muitos deles literalmente trabalham até morrer. Diferente do Canadá de onde havíamos acabado de chegar, onde há uma quantidade imensa da terceira idade trabalhando, não por necessidade, mas do próprio país que sofre com o envelhecimento de sua população e carece de mão de obra para fazer as coisas funcionarem.
Os chineses no geral são baixinhos, daí as garotas adorarem um salto alto, elas usam plataformas, sapatos meia-pata de altura estratosférica e AMAM as botas que chegam até a metade da coxa. São produzidíssimos, só andam na moda e não interessa se é menino ou menina, eles são todos mega fashion; usando maquiagem, cabelos que desafiam as leis da física, sempre vestidos na última moda e uma coisa que achei horrível: a unha grande dos meninos, eca!!! Tem uma disputa acirradíssima pra saber quem se destaca na multidão, os meninos são meio ambíguos, meu radar ficou meio louco em Hong Kong!!! Mas descobri que isso  acontece em toda Ásia e não apenas em Hong Kong, em Bankok o negócio foi muito mais trash.
Um beijo e até a próxima parada!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pit Stop: Canada






Chegamos em Toronto às cinco da manhã, após nove horas de voo. Dizer que estava gelado era pouco; o Canadá é uma pedra de gelo (com todo respeito aos canadenses), mas é uma cidade maravilhosa: limpa, segura, enorme e silenciosa. Isso mesmo: silenciosa, não se ouve barulho de nada: carro, buzina, nada!! Os carros andam devagar, não sei se por causa da pista escorregadia ou se é cultural. E ninguém conversava no ônibus, só a gente.
As pessoas se vestem de preto da cabeça aos pés, era até engraçado, pois a impressão que se tinha é que todos eram darks ou que estavam de luto. Um ou outro morador tinha um acessório ou um casaco colorido, no nosso caso, nós éramos os coloridos da vez.
Enfrentamos menos seis graus de temperatura, com direito a neve e gelo. Eu que nunca tinha visto neve na vida fiquei encantada com aquela paisagem branca e me valeu um bullyng por parte dos companheiros de viagem. Fui acusada de miar a viagem só porque comentei que queria ver a neve, resultado: passamos vinte e quatro horas com neve até no cabelo.
O café-da-manhã nos alimentou o dia inteiro e só paramos para tomar um café no Starbucks, que é onipresente na cidade inteira, não sentimos fome, apenas frio. Andávamos uns quinhentos metros e entrávamos em algum lugar só para nos aquecer, era até engraçado, mas queimamos o rosto e a boca por causa do frio. Em uma dessas escapadas entramos em centro comercial, nos perdemos para encontar a saída e fomos educadamente enxotados pelo segurança do lugar. Mas valeu muito à pena!!!
Todos os lugares da cidade tem calefação: cafés, bares, lanchonetes, lojas e locais públicos, a cidade inteira é cortada pelo metrô e há uma rede de passagens subterrâneas interligando prédios e outros acessos.
Como afirma Humberto Gessinger, no inverno fica tarde mais cedo e no Canadá essa maxima é verdadeira. O dia só clareou às oito da manhã e escureceu às três e meia da tarde.
Claro que ouve momentos de gafe. Vinícius foi subir numa mureta achando que era cimento e levou um tombo em três tempos, foi engraçado, mas ao mesmo tempo preocupante: o bicho escorregou, se desequilibrou e finalmente caiu torto e de costas!!! Não entendeu? Nem a gente que viu in loco o negócio!
Quando escureceu fomos procurar um lugar para nos aquecer e comer alguma coisa. Escolhemos um bar irlandês onde comi o melhor guaca-mole da minha vida e com uma garçonete super simpática que ficou encantada quando descobriu que éramos do Brasil. O pub era gigantesco com vários ambientes e tinha no meio dele uma Harley no estilo shopper, muito legal!!!!
E pra fechar com chave de ouro, na volta ao hotel fui derrubada na neve pelos companheiros de viagem e levei várias bolas de neve no corpo. Em resumo o Canadá é bacanérrimo e vale uma visita mais detalhada.
Então, até  Hong Kong!!! Beijos!!!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Plano B, C, D...

Minha gente, aprendam: toda viagem tem que ter um plano B. Pois todas, eu disse todas podem ser alteradas independentemente se foi planejada com meses de antecedência. A nossa foi alterada na hora do  embarque quando descobrimos que não poderíamos entrar no Canadá se não tivéssimos o visto de transito. Oi? Como? Isso mesmo, meus amigos, o visto de trânsito. Um plástico colado no passaporte que te dá direito a 48 horas de permanência e nos aeroportos do país (entrada e saída); não adiantou nossas argumentações, não embarcamos e começou então nossa saga atrás desse bendito visto! Juntamos todos os documentos possiveis e imagináveis que foram exigidos e claro, tudo conspirou para nos atrapalhar, desde o computador que não abria a página do consulado, até a impressora que travou na hora da impressão do questionário, isso sem falar nas pessoas que voltavam da fila porque a documentação estava errada. Foi um dos maiores sofrimentos que já passei na vida e não desejo isso pra ninguém!!! Mas mesmo assim e impossivel nao falar da gentileza de pessoas que foram fundamentais na hora do nosso sufoco: a Naíra, chefe da Air Canada em GRU, que mandou o email pro consulado contando nosso caso e que foi fundamental pro consulado dar especial atenção pra nós a Renata, recepcionista do Sheraton que fica em frente ao consulado que disponibilizou um computador e todas as cópias que precisamos sem cobrar nada, só por solidariedade e pena da gente quando contamos nossa história e a Lívia, a atendente do consulado super simpática que nos atendeu, a Barbara e o João que foram nos buscar no aeroporto e de volta pra casa quando constatamos que não iríamos viajar naquele dia. Elas mostraram que o mundo é ainda cheio de gente boa.
Resumindo: chegamos no Consulado do Canadá as 8:00 da manhã e só saimos de lá às 3:15 da tarde, mas com o bendito colado no passaporte. Aprendemos muitas coisas nesse dia e listo abaixo para vocês umas dicas pra não cometerem o mesmo erro que nós. O nosso consolo? Nao estávamos sós, no meio da confusão, apareceu um casal com o filho que comprou pelo Submarino e também não foi informado que precisaria do documento para fazer a conexão para os EUA e tão desnorteado quanto nós. Não os vimos no consulado, então, provavelmente eles não viajaram. Sem perda de tempo vamos ao que interessa:
- Primeira coisa: O visto para o Canada é um privilégio, não um direito (Frase de abertura que se ler ao abrir o site da embaixada canadense.
- Brasilia nao oferece o tal visto, só São Paulo. Portanto, vai pro Canadá? Gaste uma passagem pra Sampa e tire seu visto no consulado de lá, ok?
- Um dos questionários tem cinco páginas e É PREENCHIDO no computador e um deles é feito somente À MÃO. Por isso muita atenção!!!
- A Decolar que foi a empresa que vendeu nossa passagem não informa a necessidade de visto no ato da compra ou no contrato (meu amigo advogado disse que aqui cabe uma ação por danos materiais e morais, porque perdemos dinheiro com remarcação de hotel, estadia em Toronto e nova data de viagem, além do constrangimento de sermos tirados da fila do check-in)
- A Air Canada em sua pagina na internet afirma que há sim necessidade do visto.
- Para adoçar sua boca, saiba que o visto e free.
- O consulado abre às 9:30 para entrega de documentação e encerra às 11:00 horas, chegue cedo, pois se estiver faltando algum documento você pode ter tempo de providenciá-los.
- A entrega dos vistos concedidos e dos passaportes é feita  das três às quatro da tarde.
Por hoje é isso; no próximo post falarei sobre Toronto e Hong Kong e nossas aventuras e tombos (literais) em terra estrangeira.
Beijos e ate lá!!!!