segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mulher rejeitada

Olá, meu caro!
Estou te escrevendo para agradecer o que você fez por mim mesmo sem saber. Sim, caríssimo você foi um divisor de águas em minha vida, eu decidi que à partir de você eu não mais olharia para nenhum homem esperando que ele seja “aquele” ou meu príncipe encantado, tampouco, o homem da minha vida, ele não existe. Engraçado, não é? Você não me conhece eu não te conheço e você me fez um bem.
Lembra aquilo que te falei quando conversamos a primeira vez? Que você não me decepcionou? E você ficou super curioso pra saber sobre o que eu estava falando, então, agora eu vou te contar: quando disse que você não me decepcionou estava falando de como foi a sua abordagem, você não estava interessado em mim, queria saber se eu estava disposta transar com você. E olha que surpresa, eu estava interessada em você. Eu olhei seu perfil naquela rede social, vi suas fotos, suas comunidades e achei que valia a pena te conhecer, pedi em uma prece que você não fosse igual aos outros, mas você se revelou igual aos outros. Longe de mim querer alguma coisa romântica, eu sabia exatamente o que iria rolar, mas você, conseguiu estragar uma coisa tão bacana como um encontro entre duas pessoas para partilharem uma coisa tão legal como sexo, numa coisa nojenta e suja.
E sabe o que eu penso sobre nosso encontro? Que seria no mínimo divertido, mas que pena, você me dispensou. Quer saber mais? Você amarelou, ficou com medo do que eu te falei nas mensagens que trocamos, o engraçado é que as mais picantes eram suas, eu apenas respondia ao que você escrevia. Concluí que posso ser uma mulher disposta, mas não posso dizer que sou. Posso dá pra você, mas tomar a rédea da situação, jamais! Posso ser dona do meu próprio prazer, mas serei vista como fácil e desfrutável por isso. Que contradição, meu Deus!!! Tantos aos, queimaram sutiãs, nos masculinizamos, mas no final ainda vale o estereótipo da mulher sonsa e assexuada. E muita vezes vejo de camarote a frustração de vocês homens ao escolheram a mulherzinha com companheira de vida.
Eu também sei o que pode me fazer bem e mal, e do jeito que a coisa andava e do tanto que eu fantasiava eu me ferraria bonito. Eu me sinto angustiada, queria ir com você, dá pra você, mas sabia que eu sairia machucada. Fiz então o que podia para me proteger: cortei todo e qualquer contato que nós poderíamos ter, e pouco adiantou, sigo ainda querendo e desejando sua atenção, uma palavra sua e um convite seu, mas sei que nada disso vai acontecer.
A essa altura, caso você leia este texto, deve estar se enchendo de orgulho ou talvez não entendendo nada. Olha o que você fez (aliás, não fez!) com a mulher adulta e independente, mas que está carente e necessitada e capaz de fazer qualquer coisa pra ter um pouco de carinho (!) em um sexo casual vazio!
E eu estou aqui, com o coração pequeno, raivosa e com uma ponta de inveja das outras mulheres que estiveram com você e sinceramente, não sei quem sou. Mas realmente não importa, porque o que realmente interessa e a imagem que projeto para os outros. O ser passa longe disso.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Diário de Viagem - Aventuras diurnas

Sexta-feira, resfriada até o cabelo, febre e dores pelo corpo, apesar disso, me aventurei e fui conhecer o Museu do Futebol (http://www.museudofutebol.org.br/historia/) e quando saia da estação do metrô Clínicas (a estação fica em frente ao Hospital das Clínicas) me deparei com o cemitério municipal. Não resisti e entrei. Ok, ok, vocês vão falar que é mórbido de mau gosto, mas o lugar é lindo! Eu, moradora de Brasília que sou, só vejo túmulos bidimensionais ao me deparar com aquele festival de estatua em mármore negro e branco em 3D, me encantei. Gente, é cada uma mais linda que outra! Têm anjos, Pietás, mini templos, Jesus Cristo pra todos os gostos e lógico, ler nos túmulos gente que está lá desde o século dezenove e uma espécie de oratório do soldado da Policia Militar de São Paulo. Pelo que pude entender, eles transladam os restos mortais dos policias que morreram em serviço, ou em atos heróicos.
Mas vamos ao Museu do Futebol, ele se localiza no Estádio do Pacaembu, no bairro do Pacaembu, o lugar é de fácil acesso e do metrô das Clinicas pega-se o ônibus Morro Grande, na parada do cemitério (rsrsrrs) e peça para o motorista te deixar em frente ao Pacaembu, na Praça Charles Muller, que de praça só tem o nome, na verdade, é o estacionamento do estádio e é gigantesco! Não tenham medo de se perder, quem tem boca vai a Roma, então, qualquer dúvida, pergunte as pessoas, elas terão o maior prazer em te indicar o caminho. E o museu super vale a pena conhecer, não tem relíquias ou objetos de valor, o forte dele é a tecnologia, lá você vai conhecer a origem do futebol, das regras, gírias, expressões, repórteres, comentaristas, jogadores, cartolas (sabe o que é isso?), os craques e tudo que se pode dizer sobre futebol. Há painéis que se movem, uma linha do tempo sobre o que de mais relevante aconteceu no mudo no ano em que aconteciam as copas do mundo, mesas pra você escolher e ouvir a narração dos gols e jogadas mais famosas.
Um vão entre um andar e outro é o lugar dedicado às torcidas, o lugar é o alicerce das arquibancadas do estádio, não tem ventilação, é grosseiro e feio, e um cheiro de suor, terra que faz lembrar um amontoado de gente, enormes telões te cercam e mostram as mais diversas torcidas organizadas, cantando o hino e os gritos de guerra do clube do coração; é uma barulheira infernal! Você realmente se sente no meio de uma torcida. Muito massa!!! Detalhe, professor com seu holerite (?) não paga, viu? É assim nos museus de São Paulo, ou você não paga ou paga meia.
O museu conta também com uma loja de presentes – Roxos e Doentes, um restaurante, o Bar do Torcedor, com chopp da Brahma e a comida é super gostosa. Têm acesso aos portadores de necessidades especiais, com elevadores e banheiros.
Foi um dos poucos lugares em que tirei foto, às quatro da tarde pedi arrego, espirrava aos trancos e me sentia febril, fui pra casa e tomei remédio, o Leo e o Vini me ligavam e falavam das Heinekem geladas que estavam bebendo e eu sem condição. Repetindo Dadá Coelho: pobre quando encontra um ovo ele está goro. Ai!!!
No sábado Feijoada no Portela (Rua Prof. Sebastião Soares de Faria, 61 - Bela Vista - São Paulo / SP), o bar tem mais de quarenta anos, e é um dos melhores botecos em que já pisei, comida boa e barata e personalizada, o atendimento é maravilhoso e os donos vão sempre conversar com os frequentadores. A Tita minha prima é uma das fieis clientes do lugar, vai pra almoçar, comer um belisquete, jantar e até tomar uma cerveja, não é legal?
Quanto ao prato em questão, a feijoada, advirto que se você só vai nela porque tem lingüiça, então passe longe desta aqui, a iguaria do Portella não tem lingüiça ou paio, mas tem todos os outros pertences do porco e é absolutamente sensacional. Sem falar que ela é servida com duas bistecas maravilhosas que estão incluídas nos acompanhamentos. Peça a porção grande se você tiver em três pessoas ou mais. Recomendo.
Depois dessa tomei meu remédio para o resfriado e fui dormir, afinal, a noite estava me chamando.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Diário de viagem: a desventura

Queridos Amigos,

Cá estou novamente em Sampa, e desta vez a viagem se não foi um parto foi quase uma desventura em série. Começando em casa, numa semana atípica aconteceu de tudo: tinha trabalho para entregar no meu curso, trabalho acumulado, a TV do meu quarto deu pau, não tive tempo de arrumar a mala, foi tudo jogado lá dentro e ainda tive que comparecer em juízo no dia da viagem (às 17:30, horário combinado pra sair de casa, eu estava no fórum pedindo ao analista, minha ressalva, aff!!! Mas deu tudo certo, ou quase!), cheguei em casa esbaforida e só puxei o zíper e saí correndo.
Enfim, cheguei a tempo no Aeroporto e quando pensei que tudo daria certo, sentei-me, peguei meu livro de papel, acomodei-me e fui esperar a chamada do voo. Ele chegou? Claro que não. Às 19:30 eu perguntei pra duas senhorinhas que estavam ao meu lado o que estava acontecendo e elas responderam que o voo estava atrasado e que a previsão seria às 21:50, detalhe, eram sete e meia da noite e meu estômago já reclamava, na correria não tinha dado tempo de lanchar, apelei pro suco e pão de queijo a preço de restaurante a la carte, o preço de se comer em aeroporto. Até aí tudo bem, lanchei, liguei em casa pra dizer que estava ainda em Bsb, peguei o endereço da Tita –sei onde é, mas como explicar por taxista? Enfim, me mexi.
Às 21:50 eu já havia desistido do meu livro e estava no note book, lendo meu livro florzinha, quando uma moça que iria no mesmo vôo começou a circular pela sala de espera perguntando quem estava indo pra Guarulhos no vôo 1737 (anotem!) e quem respondia ela explicava que tinha sido adiado de novo, com previsão de chegada da aeronave em Bsb, às 23:00, entenderam? Previsão. E a gente só sabia disso pela Gol uns vinte a trinta minutos depois que a rádio corredor estava a todo vapor.
A Gol, estava distribuindo tickets para jantar e que todos nós aguardássemos a confirmação do voo. Houve passageiros que ensairam querer a devolução do dinheiro, hospedagem e os outros itens do kit de passageiro enrolado pela companhia aérea, mas a moça já foi falando que se não fossemos nesse avião, só teria vaga pra quarta-feira. A reclamação cessou geral, não sem grunhidos e com certeza jogaram uma praga na coitada. Fomos jantar. A essa altura eu já tinha feito uma amiga íntima, a Viviane e tinha vários conhecidos que sorriam ou me inclinavam a cabeça quando passava por eles. O restaurante em questão ficava do outro lado do aeroporto na Praça de Alimentação e era um Giraffa´s querendo ser chique. Pra conseguir ser atendida faltei subir na mesa e dançar o rebolation, o que não adiantou nada. Tivemos que ir ao balcão, mas até que a comida não demorou muito, estava cozida e passável. Alimentados voltamos pra sala de espera e esperamos. Nesse ínterim, achei uma revista que li, um jornal que passei os olhos, liguei em casa novamente e por fim a aeronave pousou às 23:10, quando a mocinha falou no auto falante, houve palmas e vivas por parte dos passageiros. Que horas começamos a embarcar? 23:30. Uma fila quilométrica de gente cansada, criança chorando e gente fula da vida.
Acomodados, levantamos voo à 00:10, enquanto taxiávamos pela pista percebi a fila de aviões tanto atrás como na frente, calculei o tempo e todos eles decolavam com um intervalo máximo de 2 minutos, tem noção? Havia dois aviões na nossa frente e quatro esperando depois de nós.
Bom, a viagem foi tranqüila e sem turbulência, chegamos em Cumbica 01:30 da manhã, e se vocês pensam que tudo acabou, nãnãninãnã!!! Depois que recolhemos as malas fomos atrás de translado, pois, estávamos em Guarulhos, como chegar em São Paulo aquela hora da madrugada? Se vocês acham que algum funcionário da Gol estava no desembarque para nos ajudar enganaram-se. Não havia ninguém! Pra nossa sorte a mocinha de Bsb, nos explicou o caminho das pedras e falou pra irmos ao chek in (?) e pedir que a empresa providenciasse translado pra todo mundo. E foi exatamente o que eles fizeram, juntaram pessoas com destinos comuns e gente que ia pra perto. Eu fiquei com a Alice, uma garota de São Luis, que veio a São Paulo para um congresso, ela ia pra São João e eu pro Bela Vista. Tudo perto.
Muito bem. Com o vale táxi na mão, fomos para o ponto do táxi e conseguimos um carro, já estava mais que feliz. Mas como diz Dadá Coelho: pobre quando acha um ovo, ele ta goro. O meu gorou na hora que demos o itinerário para o taxista, quando ele viu que eram duas paradas uma na São João e outra no Bela Vista, argumentou e contra argumentou, e não adiantou o rapaz afirmar que era itinerário e taxímetro ligado, o homem fez a gente sair do táxi onde já estávamos sentados, tirou nossa malas do bagageiro e pegou outros passageiros que iam para o mesmo lugar. O supervisor, então, foi lá resolver o problema. E isso eram 02:15 da manhã!!! Mooorraaaa!!! Às 02:30 o moço da Gol chegou, com um novo vale táxi e finalmente embarcamos em direção a São Paulo. Cheguei na casa da Tita às 03:15 da manhã, morta de cansada e puta.
Mas em nenhum momento perdi a paciência com funcionário ou com as pessoas que estavam ao meu lado, ninguém tinha culpa, bom, pelo menos a balconista do atendimento ou o pessoal do avião, eles eram tão vítimas quanto nós passageiros. Imagina, ter que montar uma tripulação e ir buscar 192 passageiros em um vôo bate e volta? Ninguém merece, imagina a tripulação. Era nítido na cara de todos eles que estavam tão putos quanto nós.
No meio de toda essa confusão eu só pensava no preço da passagem: R$85,00 que me custaram uma noite insana dentro de um aeroporto lotado. Ô barato que saiu caro!!!
Tomara que as próximas aventuras valham a pena.
Beijos