sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Axé nos pés (Dicas Carnavalescas)

Vai no bloco? Use um sapato confortável. Vai na pipoca? Use um sapato confortável. Vai no camarote, ok, use um sapato bonito, mas confortável. E quando falo em sapato confortável é aquele que pra VOCÊ é confortável. Dou um exemplo: minha amiga Vevê, usa salto e sandálias o tempo inteiro, só usa tênis quando raramente põe o pé na academia; quando foi a Salvador comprou um par de tênis lindo, pra usar lá, não amaciou e nem andou com o bichinho. Resultado, a criatura quase morreu de dor, isso mesmo, no fim da noite ela estava mancando e quase chorando de dor nas pernas. Outro amiga a Keyse, é baixinha e sempre usa salto, foi pro bloco, pipoca e afins com o bendito saltão e pulou até se acabar. Sem sentir dor nenhuma.
Pra mim, um sapato confortável é um bom par de tênis amaciado; pulo até o amanhecer.
A pequena Dani, estava no bloco de sandálias havaianas, fazer o que? Pra ela a sandália era confortável.
Ainda voto no tênis, além de confortável é higiênico, e só Deus sabe no que a gente pisa no circuito.
Até a próxima.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Invictus, o homem

Acabei de assistir Invictus e o filme é absolutamente sensacional.
Em alguns momentos dá pra ficar a beira das lágrimas.
Mandela é realmente um homem iluminado. Quem passaria 27 anos presos, se elegeria presidente e determinado a unir um país que por séculos viveu um regime de segregação?
Como presidente uma das preocupações de Madiba (assim ele era chamado por sua equipe)foi unir negros e brancos, começando por seu escritório e dando exemplo. Umas das falas mais emocionantes do filme é: O recomeço é aqui, o perdão começa aqui.
Mandela tinha gravado em seu coração que ele não era apenas presidente dos negros africanos, mas de toda a África do Sul, ele estava disposto a tornar a seu país um exemplo de convivência pacífica entre negros e brancos e nada como dar o exemplo à partir de sua casa. A cena em que os seguranças negros e brancos se enfrentam em um desafio de olhos é hilária, mas ao mesmo tempo mostra a tensão que era o aparthaid naquele país, negros não confiavam em brancos e vice versa.
Ele buscava um meio de unir o páis, da Africa do Sul ter uma identidade nacional;o Rugby era um esporte de massa, mas jogado apenas por brancos, os negros africanos torciam por qualquer time que jogasse contra os Springbok, sem falar que eles tinham um desempenho medíocre e Mandela viu nisso um triunfo. Ele não apenas uniu o país, mas também fez da seleção de Rugby uma potência no esporte.
E tudo isso, com sua voz calma e depositando confiança no outro.
Há várias cenas emocionantes, quando François visita a prisão em que Mandela esteve preso e mede o tamanho da cela com sua envergadura. Ou quando os seguranças disputam uma partida de Rugby no jardim da residência oficial. Sem falar na final da Copa do Mundo vista numa tela gigantesca de cinema. Absolutamente sensacional!
O texto abaixo e o poema que Mandela leu na prisão todas as vezes em que se sentia alquebrado. É um banho de otimismo e serve pra todo mundo.

"Dentro da noite que me cobre Negra como as Profundezas, de um pólo ao outro,

Agradeço aos deuses, se é que existem, pelo meu espírito invencível.

Nas garras ferozes das circunstâncias não me encolhi, nem fiz alarde do meu pranto.

Golpeado pelo acaso, minha cabeça sangra, mas não se curva.

Longe deste lugar de ira e lágrimas só assoma o Horror da sombra,

Ainda assim, a ameaça dos anos me encontra, e me encontrará sempre, destemido.

Não importa quão estreita seja a porta, quão profusa em punições seja a lista, sou o mestre do meu destino.

Sou o capitão da minha alma."
Invictus de William Ernest Henley

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dicas carnavalescas

Prepare-se fisicamente
Isso mesmo, o carnaval de Salvador não é um Passeio da Primavera muito menos uma Caminhada pela Paz, está mais para uma maratona ou triatlon. Raciocine comigo: seis dias de bloco, cada bloco dura em média cinco, seis horas e nesse período você corre, pula, dança e lógico bebe muito. Se você não vai no bloco você vai pra pipoca, camarote e são horas em pé pulando e dançando e claro bebendo, again. Não dá pra sentar no chão, a não ser que você queira se arriscar a pegar algum tipo de germe. Sua coluna sofre e seus pés e pescoço também.
Por isso, corra, nade, ande de bike, puxe ferro, faça o que for, prepare-se fisicamente. E na primeira vez que for recomendo ir com calma, compre dois abadás, intercale os dias e vá no circuito Barra/Ondina, ele é plano, menor e com vista pro mar; o Circuito do Campo Grande é coisa de iniciado, com ladeiras, curvas, prédios de um lado ao outro, abafado e uma pipoca pra lá de apertada. Nos anos seguintes quando for mordido pelo mosquito da folia você decide se agüenta os cinco dias sem parar, aí o treino precisa ser de fuzileiro. Mas vale a pena.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Carnaval, uma paixão

Se alguém me dissesse que em 2008 eu estaria no carnaval da Bahia eu riria e diria que sim, afinal, conhecer os três carnavais mais famosos do Brasil, são viagens que constam na minha lista de coisas a fazer antes de morrer. Fui e foi uma das aventuras mais impressionantes da minha vida!!! A Bahia é uma experiência antropológica literal.
Pobreza e riqueza estão lado a lado, bonito e feio, alegria e tristeza também. Conto pras pessoas que estou marcada com esta experiência até hoje. A Bahia é umcaldeirão de contrastes, brancos de um lado negros de outro, em nenhum lugar onde já fui esse abismo racial é tão grande como lá. E isso foi uma coisa que bateu profundamente em mim. E ter estado três vezes lá ainda não banalizou meu olhar, ainda dói profundamente. E isto ficou mais impresso em mim, depois de ter visto o bloco do Chiclete com Banana em Barra/Ondina. O bloco era simplesmente branco e a corda e a pipoca inversamente negra, numa palavra, choquei!!!!
Mas longe de se sentirem tristes os baianos são alegres por excelência, educado e claro, festeiro, por que de outra maneira ele faria semanas de festas para receber o carnaval e absolutamente barbarizar na folia. A canção de Caetano cabe perfeitamente aqui: “A Bahia tem um jeito...” e que jeito.
Após três carnavais já posso dizer que sou escolada e quase local quando o assunto é folia.
Então, a primeira coisa que você deve saber quando for à Bahia no carnaval é:
-Visitante na Bahia no carnaval não é turista é folião.
Nem pense que dá pra fazer as duas coisas porque não dá, ou você pula ou vai passear, ademais nas festas todos os monumentos estão fechados ou cobertos por tapumes para não haver depredamento ou pior, pro povo não fazer xixi nas paredes, sim, meus caros amigos, no carnaval Salvador vira um banheiro (argh!)! a céu aberto. E não adianta as centenas de pipimóveis, todo mundo mija (leia-se os marmanjos) em qualquer lugar. Mas não se preocupem, eles são craques na festa, na quarta-feira de cinzas tudo começa a voltar ao normal, mesmo durante as festas as ruas são lavadas com sabão e desinfetante e pela manhã o lixo da noite anterior já foi recolhido.
Quer ir? Vá. Mas de coração aberto. E lembre-se o primeiro carnaval a gente nunca esquece, é uma prova de fogo, é nele que você vai decidir se ama ou odeia a festa e lhe digo, não há meio termo ou você vai amar ou simplesmente odiar. Se odiar não volta nunca mais, mas se amar não quer nem saber voltará outras vezes, de preferência todos os anos.