Hoje
na hora do spining, na bicicleta ao lado sentou uma moça muito acima do peso e
me perguntou há quanto tempo eu fazia a aula, pois eu pouco transpirava e fazia
a aula numa boa (?). Expliquei que
faziam cinco anos que praticava e que ela também chegaria ao mesmo nível que eu;
ela replicou dizendo que iria demorar, pois era a quinta aula dela e ainda
faltava muito. Ela também me perguntou se eu fazia corrida competitiva, eu
respondi que não e ela me explicou que estava esperando emagrecer para começar
a correr. Não resisti e disse a ela que não esperasse, que fosse correndo aos
poucos, assim, enquanto treinava ela emagreceria; ela começou a dar desculpas, não
aguentando eu disse:
— Olha, não
espere pelas coisas, faça elas acontecerem, seu excesso de peso não pode te
impedir de realizar seus sonhos.
Ela me deu
alguns argumentos, mas acho que ficou meio chocada com o que eu disse me olhando meio assustada e acho meio difícil ela vir conversar comigo outra vez, o
que me levou a pensar sobre as coisas que deixamos de fazer esperando tempos melhores.
A
moça da academia me lembrou de uma colega de trabalho que quando chega o final
do ano pede tudo que a SEE oferece; além das férias, ela assina todos os
pedidos de crédito disponíveis aos funcionários. Resumindo: ela abocanha o que
oferecem e emenda com a seguinte frase:
— Eu pego
tudo! Vai que eu morro? Então não preciso pagar! — e dá uma sonora gargalhada.
Eu rio junto, acho
super engraçado o desapego/apego dela, mas não faço igual, entretanto me leva a
pensar o modo como cada pessoa encara a vida. O jeito encanado da menina da
academia e o deixa a vida me levar da minha colega.
Aprendi
observando ao meu redor que não devemos esperar para realizar aquilo que
sonhamos e desejamos: emagrecer para ir a academia ou participar de corrida,
ter dinheiro para fazer aquilo que sonhamos, aposentar-se para viajar ou
aprender a dançar charme; esperar os filhos crescerem e tornarem-se fortes para
suportarem uma ruptura do casamento capenga que se arrasta há anos, nada!
As doenças
chegam interrompendo nossos planos, a morte nos encontra naquela quarta-feira
pela manhã. A vida é curta, não sabemos o futuro e tudo (ou nada) pode
acontecer.
Façamos então
como a teimosa Scarlet O’hara, a heroína de E o vento levou, que sempre dizia “Amanhã é
outro dia” quando queria fazer algo reprovável aos olhos da família ou de aproveitar
a oportunidade que aparecia. A dica é aproveitar o que a vida oferece. O amanhã
é outro dia e talvez nós não estejamos lá para apreciá-lo. Vivamos então o
hoje, ele é o nosso sonho possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário