terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Titã Merv Griffin


Ontem assistindo Titãs (Discovery Civilization, Net 86), conheci um dos percursores do talking show e dos jogos na televisão: Merv Griffin. Provavelmente muitos de nós nunca ouviram falar desse cara, mas sua história é tão empolgante que merece ser contada e conhecida. Apaixonado por palavras cruzadas, trívias e caça-palavras, Merv sempre acreditou que a televisão deveria ter programas inteligentes e que não substimassem a inteligência de seus telespectadores.
Por acreditar nessa premissa teve vários programas rejeitados ou quando começava a querer tomar as rédeas de seus programas estes eram cancelados e Merv demitido. Ele percebeu  que não teria chances nas grandes emissoras; começou então a produzir seus próprios programas e vende-los a pequenas estações espalhadas pelo país. Em pouco tempo seu programa de entrevistas era um sucesso e só então ele cogitou voltar para a CBS, mas com liberdade total sendo o diretor criativo de seu show e ganhando o maior salário já pago a um apresentador.
Merv não era um simples entrevistador, ele tinha um grande respeito por todas as pessoas com quem iria conversar e sempre conseguia deixá-los à vontade; ele foi o primeiro a entrevistar Martin Luther King, quando todas as emissoras tinham medo de ofender seus telespectadores brancos e classe média. Merv não só o entrevistou como lhe perguntou o que ele fazia para se divertir numa cidade tão exuberante como Nova York. Durante a entrevista o dr. King sorriu e descontraidamente respondeu-lhe a pergunta. A entrevista foi um sucesso estrondoso tanto para Merv com para o dr. King.
Entrevistou Orson Wells dias antes do lendário diretor morrer. Na ocasião Wells lhe disse que se sentia inspirado e que aquela seria a oportunidade de Merv fazer todas as perguntas que sempre quis fazer, e ele - Wells - iria responder. O apresentador não se fez de rogado e perguntou tudo que ele e o público queriam saber ao marido de Rita Haywort.
Merv Griffin ganhou dezessete Emmys, o Oscar da tevê americana, entrevistou mais de vinte e cinco mil pessoas em seu programa, entre elas Tom Cruiser, Jerry Seinfield e Ronald Reagan. Quando decidiu encerrar sua carreira na televisão ele simplesmente disse que não havia mais ninguém interessante para ser entrevistado. Ele se desligou do show business e foi atrás de novos desafios: virou empresário do ramo hoteleiro comprando o tradicional Beverly Hills Hilton Hotel e criador de cavalos de raça chegando a ganhar um torneio nacional.
O apresentador morreu em agosto de 2005 de câncer na próstata e ao ganhar seu último Emmy ele disse que em sua lapide deveria constar a seguinte frase:
"Não volto já depois dos comerciais!"

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