DUAS
SEMANAS – O FILME
Minha amiga Carina resume numa frase
o que a maioria de nós um dia vai passar: Tia Paula, enterrar a mãe é foda! E é
mesmo. E eu digo uma frase que é um pitel quando o assunto é rir da desgraça
alheia: Pimenta nos olhos dos outros é refresco!
E foi juntando essas duas coisas que
o diretor Steve Stockman fez um
filme pra rir, gargalhar e chorar sobre quatro irmãos que se reúnem para cuidar
da mãe moribunda e que tem apenas duas semanas de vida.
Partindo dessa
premissa, desenrola-se uma sucessão de pequenos dramas que longe de enternecer
o espectador simplesmente faz com que ele ria da desgraça alheia. Anita, a mãe,
tem os dias contados e sabe. Ela faz seu testamento em vida, doa coisas para
cada um dos rebentos e faz recomendações.
A filha sabe
exatamente o que vai acontecer nos vários estágios da doença, pois todos os
livros de auto-ajuda sobre mortes por doenças terminais foram comprados e
lidos. O filho mais velho começa a fazer um documentário sobre a mãe; o filho
do meio... bem, ele encontra a colcha de cama de cowboy, enquanto troca a roupa
de cama da mãe; o caçula sente-se um injustiçado e tem um esposa intragável.
Diferente da maioria
dos filmes sobre família e entes queridos a beira da morte, Duas semanas não se
prende a mágoas, segredos de família, raiva, ressentimentos ou roupa suja a ser
lavada, o filme mostra o sentimento e senso de dever desses quatro filhos para
com a mãe a beira da morte.
O cotidiano é
permeado por plantões noturnos, vômitos, remédios, jantares familiares,
corridas no meio da noite e os netos que vão se despedir da avó moribunda.
E no meio de todas
essa confusão, tem o marido de Anita, Jim, padrasto dessa turma que foi
simplesmente ofuscado por esses filhos zelosos e que em um dado momento do
filme não se aguenta e reclama que simplesmente está sufocado pela atenção
deles e que a ele foi negado o direito de conviver com a mulher amada esses últimos
momentos.
Há cenas engraçadas e
ternas. Uma das cenas mais tocantes é um dos últimos jantares que Anita
participa em que ela manifesta o desejo de comer costelinha ou como eles se
acostumam a vigília noturna com a ajuda de um Nintendo; Anita com os netos e ainda a penumbra que vai
tomando conta da casa à medida que a doença vai tomando o corpo da mãe, até a
quase completa escuridão quando ela entra em coma.
Não é diferente
também o modo como Anita se despede do mundo. É de rolar de rir a noite em que
ela morre e de como os filhos se apresentam no dia do funeral.
O final não tem
dramas ou grandes lições altruístas e muito menos moralizantes; só a sensação
de devoção e dever cumprido para com a mãe por parte dos filhos.
Segue abaixo o link
do trailer. Divirtam-se!