sexta-feira, 16 de maio de 2008

Uma vez li uma entrevista da Adriane Galisteu dizendo que uma das poucas coisas de que ela sente falta é de não ter feito faculdade, não pelo diploma superior, mas pelas amizades e histórias que teria pra contar dos tempos de faculdade, na época, eu ainda fazia Pedagogia e fiz uma busca dos amigos e aventuras vividos naqueles tempos e sou obrigada a concordar com a Adriane: foi uma época divertida, escassa de grana (fiz facu particular, pense a mensalidade, afff!!!), correria e cansaço, que no final valeu a pena. Formei com tudo que tinha direito e mais um pouco. Fiz amigos que ainda tenho contato e aprendi muito.

O engraçado é que adoro formaturas, acho muito mais legal que casamento,

Sempre chorava quando ia à dos amigos, principalmente a colação de grau, na minha não foi diferente, chorei, ri, gritei, fiz tudo que era permitido, eu me cerquei de pessoas queridas e que me amavam.

Fiz questão também de ser a oradora, eu tinha muito a dizer e disse, segue abaixo o meu discurso.

Beijo, gente!


Boa noite, a todos!!!

É com imensa alegria, mas com igual responsabilidade que fui escolhida para falar em nome das novas licenciadas em Normal Superior e Pedagogia.

É um dado científico e comprovado que o tempo está passando mais rápido, podemos atribuir este fato às exigências da sociedade da informação em que vivemos. Nosso mundo, respira conhecimento, entretanto, este conhecimento não é para todos, este mesmo mundo que a cada dia cria uma nova tecnologia é o mesmo que exclui aqueles que nasceram em camadas sociais menos privilegiadas e que por falta de oportunidade não conseguem ter acesso a todo esse aparato da modernidade.

E qual a nossa missão diante desta realidade?

Devemos ser pontes, para que aconteça uma quebra de paradigmas e que a educação promova mudanças na realidade em que vivemos.

Devemos também estar atentas ao juramento que fizemos, pois ele será nosso guia, principalmente porque nosso país insiste em não priorizar e valorizar a educação e seus profissionais, sabemos que sem educação não pode existir uma sociedade orgulhosa de seu país, tampouco cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.

A nós pedagogas, cabe agora uma parte da responsabilidade em transformar o país.

Que possamos criar novos caminhos, seja em sala de aula, nas empresas onde um novo caminho se abre para nós, ou na pesquisa. Não importa o lugar, mas que tenhamos orgulho de nossa profissão e a certeza de nossa missão.

Missão esta que foi escolhida por pessoas brilhantes ao longo do tempo, como Comenius, o pai da Pedagogia moderna, que acreditava na capacidade de aprender das crianças e jamais se deixou abater mesmo perseguido pelos poderosos de sua época.

Citamos também Anisio Teixeira que acreditava que uma escola democrática é uma realidade perfeitamente possivel. Precisamos pensar grande como os grandes pensadores, necessitamos ousar para que a educação seja para todos, de qualidade e transformadora.

Jacques Delors, em seu livro, Educação um tesouro a descobrir, afirma que a educação é um tesouro que deve ser preservado para que todas as gerações possam aprecia-la, devemos também ir além; precisamos vivencia-la, e isso se dá quando nos pre-dispomos a conhecer tudo e todos que nos rodeiam; aprendemos a fazer, pois, nossa vida é um eterno descobrir de novas habilidades e novos conhecimentos, aprendemos a conviver e a respeitar a diversidade da espécie humana com suas semelhanças e diferenças e por fim devemos aprender a SER, pois em um mundo que cultiva a cultura do TER, valorizar o SER é contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, como um conjunto de valores que talha o seu caráter e lhes dá capacidade para ser dono do próprio destino.

Podemos agora, falar de pessoas que marcaram nossa caminhada: os nossos professores, começando pela própria composição da mesa: Ricardo, que com sua voz mansa acalmava as aflições de seus orientandos.

Paula, que com sua alegria motivava seus alunos e alunas com idéias e ações onde tudo era possível e finalmente, Maria José que ensinou a todos que passaram em suas mãos que o aprender deve ter sabor e é acima de tudo uma satisfação pessoal. Não se aprende para os outros, mas para si.

Não esquecendo nosso diretor: o Caliman, que nos cumprimentava com seu sorriso cada vez que entrávamos na direção para atazanar a vida da nossa querida Rosaninha.

Tantos outros importantes passaram por nós e deixaram sua marca como o Adriano e o Olimpio de quem não fui aluna, mas escutava elogios derramados sobre suas aulas; Tatiana, que acreditava em nós quando nem nós mesmas acreditávamos que a monografia sairia.

E tantos outros que deixaram sua marca, mas nas voltas da vida seguiram outros caminhos como Marcia dos Reis e Consuelo Jardon.

O que aprendemos com esses professores não levaremos na mente, mas no coração.

Queremos também deixar um agradecimento especial e rasgado aos nossos familiares, maridos, filhos e namorados que compreenderam nossas ausências, e que de uma maneira ou de outra nos ajudaram a pagar as mensalidades da faculdade, em especial ao meu pai que durante todos esses anos, todos os dias me dava um real pra faculdade.

A vocês nosso mais profundo OBRIGADA.

E por fim, quero elogiar a capacidade da amizade dentro da Universidade. Chegar na aula depois de um dia duro de trabalho era a rotina comum para a maioria de nós. Porém, era só avistarmos uma das colegas pro sorriso surgir no nosso rosto.

Quero aqui me alegrar com as amizades que fizemos e lamentar aquelas que não aconteceram. Mas acima de tudo não ter arrependimento de nada do que fizemos. Pois, durante todos esses anos, tudo, absolutamente tudo que fizemos valeu a pena.

Obrigada mais uma vez e boa noite!!!

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