sexta-feira, 9 de maio de 2008

Futebol 1 X Mulheres 0

Sou a única mulher no meio de quatro irmãos e um pai flamenguista doentes, entre eles está um que eu costumo dizer que é flamenguista cardíaco: O Ricart só não morreu ainda por que futebol não mata torcedor! Cresci ouvindo gritaria e palavrões dos mais infames no domingo à tarde e na quarta-feira à noite. Pois é, vida triste, né?

Muito pelo contrário, os momentos em que meu pai torcia pelo Flamengo eram aqueles que eu podia fazer o que quisesse, sem que ele estivesse de olho; minha mãe aproveitava e ia cuidar dela mesma: fazer o cabelo, a manicure, ler uma revista sossegada, enfim, pra minha mãe e eu, Flamengo jogando era sinônimo de liberdade!

Por tudo isso, não consigo entender mulher que surta quando o marido ou namorado está vendo o jogo pela TV, mal sabem elas que essas horas são uma jóia rara e que se eles soubessem o que nós podemos fazer neste meio tempo talvez não fossem tão fãs do espetáculo dos gramados. Sem falar que dá pra aprender sim o que é futebol. Como? Da próxima vez que a pelota estiver rolando (este é um dos inúmeros nomes que a bola tem, viu?), pegue um livro ou revista, sente na poltrona mais próxima, observe e ... aprenda! Descubra o que é lateral, falta, tiro de meta, escanteio, pênalti e claro o que é gol. E a prova de fogo: o que é impedimento!! Cara leitora, no dia que você gritar “Impedido” junto com seu amado, parabéns, você é a mais nova fanática por futebol.

Por isso relaxem e gozem nesse tempo só pra vocês e raciocinem comigo: não e melhor ver o seu amado olhando pra um bando de marmanjos do que pra perua oferecida no boteco? Ahaaamm!!

Vocês vão aprender várias expressões que são um primor do pensamento masculino, como esta: Corre nu, filho da puta! Sem falar nas dancinhas ridículas que os jogadores inventam.

Alias, uma das minhas melhores recordações da infância se deu exatamente em um campo de futebol; meu pai levou a mim e meu irmão Ricart (de novo ele!) ao Albertão, ele conhecia o vigia do estádio e nós entramos por onde entram os jogadores (o túnel) e fomos até o gramado, lembro que eu fiquei na marca da bola quando o juiz apita o inicio do jogo e dei uma volta de 360º pra ver todo o estádio, nunca esqueci aquele dia!

Fui também a muitos jogos de futebol e o que mais gostava era de chupar picolé e comer todas aquelas porcarias que se come em porta de estádio, olhei , observei e aprendi, menos o que é impedimento. Hoje quando me perguntam pra qual time torço, sempre digo que meu pai torce pro Flamengo, é que não tenho muita paciência pra sofrer e pensar no que teria sido ou perdido por causa de . Já me basta o sofrimento que a seleção brasileira de futebol me faz passar de quatro em quatro anos, não só a mim, mas todos os brasileiros sejam eles homens ou nós, mulheres.

Beijo pra vocês!

Paula


*O Albertão fica em Teresina, no Piauí.

** QUando era adolescente joguei futebol por um semestre, mas não era a minha praia.

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