quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Invictus, o homem

Acabei de assistir Invictus e o filme é absolutamente sensacional.
Em alguns momentos dá pra ficar a beira das lágrimas.
Mandela é realmente um homem iluminado. Quem passaria 27 anos presos, se elegeria presidente e determinado a unir um país que por séculos viveu um regime de segregação?
Como presidente uma das preocupações de Madiba (assim ele era chamado por sua equipe)foi unir negros e brancos, começando por seu escritório e dando exemplo. Umas das falas mais emocionantes do filme é: O recomeço é aqui, o perdão começa aqui.
Mandela tinha gravado em seu coração que ele não era apenas presidente dos negros africanos, mas de toda a África do Sul, ele estava disposto a tornar a seu país um exemplo de convivência pacífica entre negros e brancos e nada como dar o exemplo à partir de sua casa. A cena em que os seguranças negros e brancos se enfrentam em um desafio de olhos é hilária, mas ao mesmo tempo mostra a tensão que era o aparthaid naquele país, negros não confiavam em brancos e vice versa.
Ele buscava um meio de unir o páis, da Africa do Sul ter uma identidade nacional;o Rugby era um esporte de massa, mas jogado apenas por brancos, os negros africanos torciam por qualquer time que jogasse contra os Springbok, sem falar que eles tinham um desempenho medíocre e Mandela viu nisso um triunfo. Ele não apenas uniu o país, mas também fez da seleção de Rugby uma potência no esporte.
E tudo isso, com sua voz calma e depositando confiança no outro.
Há várias cenas emocionantes, quando François visita a prisão em que Mandela esteve preso e mede o tamanho da cela com sua envergadura. Ou quando os seguranças disputam uma partida de Rugby no jardim da residência oficial. Sem falar na final da Copa do Mundo vista numa tela gigantesca de cinema. Absolutamente sensacional!
O texto abaixo e o poema que Mandela leu na prisão todas as vezes em que se sentia alquebrado. É um banho de otimismo e serve pra todo mundo.

"Dentro da noite que me cobre Negra como as Profundezas, de um pólo ao outro,

Agradeço aos deuses, se é que existem, pelo meu espírito invencível.

Nas garras ferozes das circunstâncias não me encolhi, nem fiz alarde do meu pranto.

Golpeado pelo acaso, minha cabeça sangra, mas não se curva.

Longe deste lugar de ira e lágrimas só assoma o Horror da sombra,

Ainda assim, a ameaça dos anos me encontra, e me encontrará sempre, destemido.

Não importa quão estreita seja a porta, quão profusa em punições seja a lista, sou o mestre do meu destino.

Sou o capitão da minha alma."
Invictus de William Ernest Henley

Nenhum comentário: