sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ao mestre com carinho



Na foto acima estão as duas homenageadas da crônica: Zóia Prestes (no meio de blusa preta sem mangas) e Patrícia Pederiva (atrás  da Zóia, de óculos e um sorrisão) e a nossa turma inesquecível de 2010/2011 da Pós em Educação Infantil - UnB.


            Impossível não deixar de me emocionar quando a Patrícia nos levou para debaixo de uma árvore e nos fez cantar e seguir os outros fazendo sons com o nosso corpo. Admito, morri de vergonha e tenho certeza que o restante da turma também, mas ela seguia fazendo como se aquilo não fosse nada e seguiu por três meses dizendo que ninguém precisava ser PhD para ensinar música para seus alunos. Via pelos olhos meus e dos meus colegas o encantamento que ela provocava na turma. Ao pedir que cada aluno fizesse seu memorial musical ela fez um favor a todos nós; foi com isso que muita gente se reencontrou com suas raízes conheceu melhor a família e botou reparo em sentimentos, emoções e canções que estavam perdidas no baú da vida e que nunca tinham sido analisados. As leituras e apresentações desses memoriais foram uma das coisas mais emocionantes que já vivi.
            E havia também a maneira doce e acessível que ela se achegava a nós e de como ainda hoje passado quase um ano ainda nos cumprimenta pelos corredores da FE, como se não nos visse há anos. Pode até parecer puxa-saquismo meu, mas foi ela também que me apresentou Vigotski, não aquele chato das aulas de Pedagogia, mas o cara que falava das crianças como verdadeiro conhecedor, o que mostrava como as crianças se relacionavam com o teatro, com a música e com o desenho e mais legal ainda foi ela contar com os olhos brilhantes e emocionados que tinha ido a casa dele quando esteve em Moscou ao final do ano passado. Por essa marquei a Rússia como um dos destinos das muitas viagens que ainda farei
Entretanto, falar de Vigotski é também falar da Zóia, pois foi com ela que eu conheci o Lev, foi com ela que fiquei íntima de Lev Semenovich Vygotsky, a partir delas meu mundo viu com outros olhos esse homem tão fascinante e que tão prematuramente nos deixou.
Foi com a Patty também que me relacionei e comecei a ver a música de uma nova maneira, a de saborear por ela mesma. Também com ela que aprendi que música rima com letras, com escritos e que devem ser entrelaçados sempre que possível. Com a Patty aprendi que música é letra e que letra é música e que as duas rimam com a vida.

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